EUA instala escudo na Coreia do Sul após disparos norte-coreanos

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EUA instala escudo na Coreia do Sul após disparos norte-coreanos

Arlene Carvalho
Publicado em 07/03/2017 às 7:36
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A instalação do Terminal High Altitude Area Defense (THAAD) contribuirá "para um sistema de defesa antimísseis e aumentará a defesa da aliança entre Estados Unidos e Coreia do Sul contra as ameaças de mísseis da Coreia do Norte. / Foto: JUNG YEON-JE / AFP

A instalação do Terminal High Altitude Area Defense (THAAD) contribuirá "para um sistema de defesa antimísseis e aumentará a defesa da aliança entre Estados Unidos e Coreia do Sul contra as ameaças de mísseis da Coreia do Norte. Foto: JUNG YEON-JE / AFP

Os Estados Unidos anunciaram a instalação de um sistema de defesa contra mísseis na Coreia do Sul, após a série de testes com mísseis balísticos realizada pela Coreia do Norte, enquanto o presidente Donald Trump reafirmava seu apoio aos aliados na região.

A instalação do Terminal High Altitude Area Defense (THAAD) contribuirá "para um sistema de defesa antimísseis e aumentará a defesa da aliança entre Estados Unidos e Coreia do Sul contra as ameaças de mísseis da Coreia do Norte", assinalou o Comando do Pacífico em um comunicado. "Os testes de aceleração do programa norte-coreano de armas nucleares e de lançamento de mísseis balísticos constituem uma ameaça à paz e a segurança internacionais e violam várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas". 

Coreia do Sul e EUA concordaram no ano passado em instalar o sistema THAAD, que a China já denunciou - em diversas ocasiões - como uma ameaça a sua segurança. A declaração do Comando do Pacífico, que supervisiona as operações militares dos Estados Unidos na Ásia e no Pacífico, assinala que o sistema cumpre "uma função estritamente defensiva e não representa qualquer ameaça a outros países da região".

O sistema está desenhado para interceptar e destruir mísseis balísticos de curto e médio alcance durante sua fase final de voo.

Em conversa por telefone com os líderes de Coreia do Sul e Japão nesta segunda-feira, Trump enfatizou o "compromisso inviolável dos Estados Unidos" de estar ao lado dos dois países diante das "sérias ameaças representadas pela Coreia do Norte". Trump conversou separadamente com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e com o presidente interino sul-coreano, Hwang Kyo-Ahn, após o lançamento dos mísseis norte-coreanos como parte de um exercício visando atingir as bases dos Estados Unidos no Japão.

"Ele (Trump) enfatizou que seu governo está dando os passos para melhorar ainda mais nossa capacidade para dissuadir e nos defender dos mísseis balísticos da Coreia do Norte, usando toda a gama de meios militares dos Estados Unidos", acrescentou um comunicado da Casa Branca. Segundo um funcionário americano, cinco mísseis balísticos foram disparados na segunda-feira (6) pela Coreia do Norte. Um caiu na Península da Coreia e os outros quatro, no Mar do Japão.

Fontes americanas e sul-coreanas informaram que não foram mísseis balísticos intercontinentais (ICBM), com os quais Pyongyang sonha em se dotar para atingir os Estados Unidos. Segundo as mesmas fontes, foram disparados mísseis balísticos de menor alcance, inspirados nos Scud da era soviética.

Reunião do Conselho de Segurança

O incidente levou Washington e Tóquio a solicitar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que ocorrerá na próxima quarta-feira, segundo a delegação americana.

O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, condenou os disparos de mísseis balísticos afirmando que "ações como estas violam as resoluções do Conselho de Segurança e minam gravemente a paz e a estabilidade regional", de acordo com seu porta-voz Farhan Haq.

De acordo com Haq, os disparos constituem uma "contínua violação das resoluções do Conselho de Segurança por parte da República Popular Democrática da Coreia".

As resoluções da ONU proíbem a Coreia do Norte de utilizar qualquer tipo de míssil balístico. No entanto, seis pacotes sucessivos de sanções impostos a partir de um primeiro teste nuclear norte-coreano, em 2006, não conseguiram dissuadir Pyongyang de avançar com seu programa.

Segundo Abe, foram disparados quatro mísseis, que depois de percorrer por volta de 1.000 quilômetros no sentido leste, três caíram na "Zona Econômica Exclusiva" japonesa, ou seja, a menos de 200 milhas marinhas (370 km) da costa.

"Isso demonstra claramente que a Coreia do Norte atingiu um novo nível de ameaça", advertiu Abe. "Os disparos reiterados de Pyongyang são um ato de provocação para nossa segurança e uma violação flagrante das resoluções do Conselho de Segurança da ONU. De modo algum podemos tolerar".

O presidente Hwang Kyo-Ahn afirmou após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional que "levando em consideração a brutalidade e imprudência demonstradas com o assassinato de Kim Jong-Nam (meio-irmão do ditador norte-coreano) o que pode acontecer se o Norte conseguir a arma nuclear é algo que supera o imaginável".

Kim Jong-Un tenta desenvolver um míssil balístico intercontinental com capacidade de atingir o território dos Estados Unidos, algo que, segundo Trump, "não vai acontecer". 

Washington também já advertiu - em várias oportunidades - que não tolerará que a Coreia do Norte produza armamento nuclear. O governo dos Estados Unidos pressiona a China, principal aliado e sócio comercial de Pyongyang, a fazer o máximo para controlar o vizinho.

Os analistas divergem sobre o estado de desenvolvimento de Pyongyang em termos de armas nucleares, mas todos concordam que o país registrou grandes avanços desde a chegada ao poder de Kim Jong-Un, após a morte de seu pai, Kim Jong-Il, em dezembro de 2011.

Seul e Washington iniciaram na semana passada uma série de exercícios militares conjuntos, o que sempre irrita Pyongyang, que considera as manobras um teste para uma eventual invasão.

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