Presidente da França fez visita ao Iraque em ofensiva direta ao Estado Islâmico Foto: AFP
- Hollande diz que França 'não pode estar sozinha' na defesa europeia
- Hollande promete fim do campo de refugiados em Calais
- Hollande, Merkel e Putin se reúnem em Berlim para falar sobre Ucrânia
Hollande também destacou a importância da "reconstrução" do Iraque, onde centenas de milhares de pessoas foram deslocadas. O presidente francês, que chegou pouco antes das 04h30 a Bagdá, viaja acompanhado do ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian.
Durante a tarde, irá a Arbil, na região autônoma curda (norte), onde estão mobilizadas as forças especiais francesas que aconselham os peshmergas curdos na luta pela reconquista de Mossul. A França é o segundo maior sócio da coalizão militar contra o EI, depois dos Estados Unidos. Desde 2014, lançou mais de 1.000 bombardeios e destruiu 1.700 alvos no Iraque e na Síria, os dois países onde o EI está implantado.
Além dos 14 caças de tipo Rafale baseados na Jordânia e nos Emirados Árabes Unidos, cerca de 500 soldados franceses fornecem aconselhamento, formação e apoio de artilharia no Iraque às tropas deste país que lutam para recuperar os territórios tomados pelos extremistas, incluindo a cidade de Mossul (norte).
Segurança máxima
A ofensiva lançada em outubro para retomar Mossul, a segunda cidade do Iraque, mobiliza a maioria das tropas iraquianas. Apoiadas pelas forças aéreas da coalizão, elas enfrentam uma forte resistência dos extremistas.
O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, disse na semana passada que serão necessários "mais três meses" para "eliminar o EI". "Estimamos que em Mossul serão necessários três meses, será longo, especialmente para proteger os civis e não atacar indiscriminadamente", estimou uma fonte diplomática francesa.
O presidente francês se reunirá em Bagdá com o presidente curdo da República, Fouad Massoum, com o primeiro-ministro xiita, Haider al-Abadi, e com o presidente sunita do Parlamento, Salim Al-Joubouri. Sua visita, em segredo até o último momento, ocorre em meio a enormes medidas de segurança.
Nesta segunda-feira (2), ao menos 32 pessoas morreram na capital iraquiana em um atentado em um bairro xiita cometido por um suicida ao volante de um carro-bomba, dois dias depois de outro atentado que matou 27 pessoas em um mercado de Bagdá. "Não terminamos com o terrorismo", advertiu Hollande no sábado durante seu último discurso por ocasião da véspera de Ano Novo.
Diante de seus revezes em terra em Iraque, Síria e Líbia, os extremistas multiplicaram os atentados nestes países, mas também na Europa. Hollande, que não buscará a reeleição nas eleições presidenciais de abril de 2017 depois de um primeiro mandato impopular, se lançou na luta contra o terrorismo desde o início de seu mandato de cinco anos, multiplicando as intervenções militares no Mali, República Centro-Africana, Iraque e Síria.