Vladimir Putin decretou dia oficial de luto após tragédia com avião da Rússia Foto: AFP
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O ministro russo dos Transportes, Maxim Sokolov, afirmou nesta segunda-feira, após uma reunião da comissão especial criada na véspera, que entre as principais hipóteses na investigação "não está incluída a de ato terrorista". "Os motivos podem ser diversos. Os especialistas do comitê de investigação estão analisando", afirmou, antes de citar um "problema técnico ou um erro do piloto".
As equipes de busca encontraram 11 corpos e mais de 150 pedaços do avião, de acordo com o porta-voz do ministério da Defesa, Igor Konachenkov. Dez cadáveres foram transportados a Moscou para a identificação. Mais de 3.500 pessoas participam na operação, com o apoio de 39 barcos, cinco helicópteros e vários drones. As autoridades russas ampliaram o perímetro de busca. As caixas-pretas do avião ainda não foram localizadas, mas o comandante da Força Aérea russas, Viktor Bondarev, se mostrou "convencido" de que não estão danificadas e disse que espera encontrá-las nas próximas horas.
Dia de luto
O presidente russo Vladimir Putin anunciou um dia de luto nacional para homenagear as vítimas e pediu uma "investigação minuciosa para determinar as causas da catástrofe". De acordo com o ministério da Defesa, o Tupolev Tu-154 desapareceu dos radares às 5H27 (0H27 de Brasília), dois minutos depois de decolar do aeroporto de Sochi, no município de Adler, às margens do Mar Negro, com destino à base aérea de Hmeimim, perto de Latakia, na Síria.
A aeronave transportava 84 passageiros e oito integrantes da tripulação. Entre as vítimas estavam 64 membros do Ensembre Alexandrov, incluindo seu diretor, e oito militares. Eles viajavam à Síria para passar o Ano Novo com os soldados russos mobilizados no país desde setembro de 2015, em apoio ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad, aliado de Moscou.
No avião também estavam nove jornalistas dos canais de televisão Pervy Kanal, NTV e Zvezda, dois altos funcionários civis e a diretora de uma organização de caridade muito conhecida na Rússia, Elizavéta Glinka. A ativista, conhecida como "doutora Liza", levava medicamentos para o hospital universitário de Latakia, informou o diretor do Conselho dos Direitos Humanos (vinculado ao Kremlin), Mikhail Fedotov, citado pela agência Interfax.
Vários aviões Tupolev-154 sofreram acidentes nos últimos anos. Em 2010, uma aeronave deste tipo com 96 pessoas a bordo, incluindo o presidente Lech Kaczynski e altos dirigentes poloneses, caiu durante a tentativa de pouso na região de Smolensk (oeste da Rússia). A tragédia não deixou sobreviventes. O ministério da Defesa informou que o avião que sofreu o acidente no domingo estava em operação há 33 anos e tinha 6.689 horas de voo. Havia passado por reparos pela última vez em dezembro de 2014 e por uma revisão há três meses.
Quase 4.300 soldados russos estão mobilizados na Síria, onde a Rússia reforça sua presença militar com instalações como a da cidade portuária de Tartus (noroeste), que supostamente serão transformadas em uma base naval permanente neste país em guerra desde 2011.