Pontíficie

Papa desafia o mundo com política da 'não violência'

Ingrid
Ingrid
Publicado em 12/12/2016 às 18:11
Leitura:

O papa propôs a líderes políticos, dirigentes de instituições internacionais, assim como a empresários e gestores da imprensa, que "façam da não violência um estilo de vida". / Foto: Filippo Monteforte / AFP

O papa propôs a líderes políticos, dirigentes de instituições internacionais, assim como a empresários e gestores da imprensa, que "façam da não violência um estilo de vida". Foto: Filippo Monteforte / AFP

O papa Francisco propôs ao mundo o desafio de promover a política da "não violência" como saída para os conflitos e as guerras.

"Em 2017, nós nos comprometemos com nossa oração e ação para sermos pessoas que afastem a violência do coração, das palavras e dos gestos, e com construir comunidades não violentas, que cuidem da casa comum" da Terra, escreveu o sumo pontífice em sua mensagem para a Jornada Mundial da Paz.

"Nada é impossível, se nos dirigirmos a Deus com nossa oração. Todos podemos ser artífices da paz", sustenta Francisco na mensagem que será lida em 1º de janeiro em todas as igrejas católicas.

O pontífice propôs a líderes políticos, dirigentes de instituições internacionais, assim como a empresários e gestores da imprensa, que "façam da não violência um estilo de vida".

"É o desafio que têm ao construir a sociedade, a comunidade, ou a empresa, pela qual são responsáveis, com o estilo dos trabalhadores pela paz; de dar demonstrações de misericórdia, rejeitando descartar as pessoas, prejudicar o meio ambiente e querer vencer a qualquer preço", explicou.

Em sua mensagem, Francisco fez um apelo pelo desarmamento e, em particular, pela "abolição das armas nucleares", propondo um novo modelo de conduta que transforme "a ordem mundial".

"Quando as vítimas da violência vencem a tentação da vingança, se transformam nos protagonistas mais confiáveis nos processos não violentos de construção da paz", afirmou.

"O século passado foi devastado por duas horríveis guerras mundiais, conheceu a ameaça da guerra nuclear e um grande número de novos conflitos, mas hoje, infelizmente, estamos diante de uma terrível guerra mundial por partes", lamentou.

"Não é fácil saber se o mundo atualmente é mais ou menos violento do que foi no passado, nem se os modernos meios de comunicação e a mobilidade que caracteriza nossa época nos faz mais conscientes da violência, ou mais acostumados com ela", reconhece ele em sua mensagem, na qual pede que se rejeite todo tipo de violência.

"A violência não é a solução para nosso mundo fragmentado. Responder com violência leva à violência - no melhor dos casos, (leva) à emigração forçada e a um enorme sofrimento", insiste.

"A Igreja Católica acompanhará qualquer tentativa de construção da paz também com a não violência ativa e criativa", prometeu o sumo pontífice, que criou um escritório especial para atender aos migrantes, doentes, excluídos e vítimas dos conflitos armados e das catástrofes naturais, entre outros.

"Jesus também viveu em tempos de violência", lembra o papa, e "traçou o caminho da não violência, que seguiu até o final, até a cruz".

Mais lidas