Willem e Theo Martins Jackson compareceram a uma sala de audiências lotada, na presença da vítima Foto: AFP
- Marca carioca é acusada de racismo por causa de estampa com escravas
- Foto de garota negra sobre representatividade é alvo de racismo na web
- Alicia Keys libera curta de 20 min sobre racismo, feminismo e violência policial
- Bruno Gagliasso e Giovana Ewbank prestam queixa de racismo sofrida por filha
Acusados de agressão e tentativa de golpes e ferimentos, Willem Oosthuizen e Theo Martins Jackson, ambos de 28 anos, compareceram novamente a uma sala de audiências lotada, na presença da vítima.
Os dois foram presos na segunda-feira (14), em meio à indignação geral provocada pela publicação on-line de um vídeo do incidente, ocorrido em 17 de agosto.
Nas imagens, vê-se a vítima, Victor Mlotshwa, deitado em um caixão colocado no chão. Um dos acusados tenta trancá-lo à força, enquanto a vítima geme e tenta impedir a agressão a todo custo.
Em entrevista à rede Enca, Victor Mlotshwa deu detalhes da violência sofridaFoto: AFP
"Estava atrasado. Tomei um atalho para ir para Middelburg. Me acusaram de ter entrado sem permissão nas terras deles. Me agrediram e me amarraram e, depois, me levaram para uma propriedade próxima", contou o jovem, que usava uma camiseta com as cores do Congresso Nacional Africano (ANC), o partido no poder.
"E lá me jogaram no caixão", completou.
Protesto em frente do tribunal
Nesta quarta-feira, mais de 200 pessoas atenderam à convocação dos principais partidos da oposição e da base governista no país e protestaram na frente do tribunal.
"Prisão perpétua para os racistas", ou "O racismo não tem vez na nossa sociedade democrática", podia-se ler nos cartazes.
Passados 20 anos do fim oficial do regime racista do Apartheid e da eleição de seu primeiro presidente negro, Nelson Mandela, a África do Sul ainda se debate com os demônios de seu passado. Amplamente exploradas pela classe política, as polêmicas raciais continuam sendo muito frequentes.