"É muito estranho colocar algo assim, com tão pouca informação, um pouco antes de uma eleição", disse Hillary Foto: EPA/Craig Lassig/Agência Lusa
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"Na verdade, não é apenas estranho. É sem precedentes e profundamente preocupante", acrescentou a candidata. As eleições serão em 8 de novembro de 2016.
O anúncio de Comey, feito na sexta-feira (28), abalou a campanha presidencial de Hillary Clinton, que vinha crescendo na preferência dos eleitores. Há dúvidas se a tendência em favor da candidata democrata vai se manter nas próximas pesquisas e se o Partido Democrata ainda tem ambição de conquistar a maioria nas duas casas do Congresso norte-americano, hoje nas mãos dos republicanos.
Ao fazer o anúncio sobre os e-mails de Hillary, em carta enviada ao Congresso dos Estados Unidos, James Comey disse que as mensagens "parecem ser pertinentes" a uma investigação anterior, sobre o uso, por Hillary Clinton, de um servidor privado para enviar e receber informações classificadas como de uso restrito do governo. A investigação encerrou-se em julho de 2016 sem acusação formal contra Hillary.
Dirigindo-se neste sábado às pessoas presentes a seu discurso, Hillary disse: "Agora, tenho certeza de que alguns de vocês podem ter ouvido falar de uma carta que o diretor do FBI enviou ontem [sexta-feira, ao Congresso]". Numa demonstração de que está considerando o anúncio do FBI como uma ameaça à sua candidatura, Hillary acrescentou: "Bem, se você é como eu, provavelmente tem algumas perguntas sobre isso".
Hillary Clinton também acusou o candidato do Partido Republicano, Donald Trump, de estar aproveitando o anúncio do FBI para pedir também que as autoridades investiguem os conteúdos dos e-mails."Ele [Donald Trump] está fazendo o seu melhor para confundir, desencaminhar e desencorajar o povo americano", disse Hillary.
As mensagens que estão sendo examinadas pelo FBI foram descobertas em uma investigação, inicialmente sem nenhuma relação com Hillary Clinton, sobre o ex-deputado democrata Anthony Weiner. O parlamentar renunciou a seu mandato em junho de 2011, depois que foram divulgadas pela imprensa vários escândalos envolvendo a sua vida privada.
A investigação do FBI está também envolvendo Hillary Clinton porque a principal assessora da candidata democrata, Huma Abedin, é ex-mulher de Anthony Weiner. Segundo o FBI, os computadores pessoais de Huma, que antes eram compartilhados com seu ex-marido, continham mensagens oficiais do governo norte-americano referentes ao período em que Hillary foi secretária de Estado. Hillary foi secretária de Estado no período de 2009 a 2013.