Eleições Americanas

Hillary Clinton retomará campanha eleitoral na quinta-feira

Emilayne Mayara dos Santos
Emilayne Mayara dos Santos
Publicado em 14/09/2016 às 11:25
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Hillary foi forçada a dar pausa na campanha após pneumonia / Foto: AFP

Hillary foi forçada a dar pausa na campanha após pneumonia Foto: AFP

Forçada a um descanso depois de sofrer um mal-estar que preocupou o campo democrata, Hillary Clinton, defendida pelo presidente Barack Obama contra as "críticas injustas", deverá retomar sua campanha eleitoral a partir de quinta-feira (15).

A ex-secretária de Estado passa por um momento delicado: criticada pela ausência inicial de transparência sobre sua pneumonia, também é atacada há vários dias pelo campo republicano por ter afirmado que a metade dos eleitores de seu adversário Donald Trump eram pessoas "deploráveis".

"Ela foi caricaturada pela direita e às vezes pela esquerda", destacou Obama na terça-feira durante um evento na Filadélfia, visivelmente satisfeito por estar em um ambiente de campanha. "Ela foi acusada de tudo o que podem imaginar e foi alvo de mais críticas injustas que qualquer outra pessoa", acrescentou.

A 12 dias do primeiro debate presidencial contra Donald Trump e a menos de dois meses da eleição presidencial, Hillary, de 68 anos, continua em repouso em sua casa em Chappaqua, ao norte de Nova York, depois de sofrer um mal-estar no domingo durante os eventos em memória do 11 de setembro.

No entanto, seu porta-voz anunciou que a ex-secretária de Estado retomará sua campanha na quinta-feira. "Ela passou o dia (terça-feira) lendo relatórios, realizando chamadas e assistiu pela televisão ao discurso do presidente Obama na Filadélfia. Retomaremos as viagens de campanha na quinta-feira", disse o porta-voz Nick Merrill sem fornecer mais detalhes.

"Vi o que ela pode fazer (...) nunca abandona!", afirmou Obama, determinado a cinco meses de sua saída do poder a colocar seu carisma e popularidade, que não param de crescer, a serviço de sua ex-secretária de Estado.

O presidente também disse se sentir frustrado pela maneira como a campanha está sendo coberta pela imprensa americana, alegando que os meios de comunicação terminaram por legitimar um candidato como Trump, que pode dizer coisas que a outros seriam vetadas e que "há décadas" não divulga sua declaração de imposto de renda.

"Donald Trump diz todos os dias coisas que teriam sido consideradas desqualificadoras para um aspirante à presidência", insistiu Obama.

"Em período eleitoral, frequentemente ouvimos coisas um pouco loucas. Neste ano, é ainda um pouco mais louco que o habitual", ironizou.

Bill Clinton apoia esposa

Em um ato no mesmo momento em Iowa (centro-oeste), o magnata imobiliário estigmatizava "a arrogância" de sua rival e denunciava "os desastres em Iraque, Líbia e Síria".

"Os eleitores estão fartos. No dia 8 de novembro retomaremos nosso país", prometeu Trump. "O que têm a perder?", indicou o republicano ao se dirigir aos "que sofrem".

Do outro lado do país, Bill Clinton teve que substituir sua esposa em um evento de arrecadação de fundos no qual ela deveria participar na terça-feira em Los Angeles. Também a substituirá nesta quarta-feira em Las Vegas.

Depois dos acontecimentos do fim de semana, Hillary Clinton, ainda à frente nas pesquisas, embora tenha diminuído sua vantagem sobre Trump (45,8%, contra 43,4%, segundo uma média das pesquisas realizada pelo Real Clear Politics), tentará retomar seu crescimento atacando a ausência de transparência do candidato republicano.

"As pessoas sabem mais de mim que sobre quase qualquer outra pessoa pública", advertiu na segunda-feira em uma entrevista telefônica à rede CNN. "Têm 40 anos de declarações fiscais, dezenas de milhares de e-mails, uma carta detalhada sobre meu estado de saúde, todo tipo de detalhes pessoais", afirmou.

"Comparem com o que sabem sobre minha oponente. É hora de fornecer o mesmo nível de informação que eu", destacou.

Hillary ironizou ainda o "boletim de saúde" publicado pelo médico do magnata imobiliário, que se resume a alguns poucos parágrafos, prometendo que se Trump for eleito será o presidente mais saudável da história.

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