Terrorismo

Pernambucanos falam do clima nos EUA 15 anos após ataques do 11/09

Priscila Miranda
Priscila Miranda
Publicado em 11/09/2016 às 9:15
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Memorial foi construído no local onde aconteceu os ataques ao World Trade Center / Foto: Lilian Black/Cortesia

Memorial foi construído no local onde aconteceu os ataques ao World Trade Center Foto: Lilian Black/Cortesia

Na manhã do dia 11 de setembro de 2011, a cidade norte-americana de Nova York vivia um de seus piores dias, após aviões comerciais sequestrados por terrorista atingirem as torres gêmeas do World Trade Center. O atentado, que também aconteceu o Pentágono norte-americano com um terceiro avião, deixou quase 3 mil mortos, tornou-se o maior da História e reconfigurou as relações de segurança internacional nos Estados Unidos e no mundo.

Para relembrar a data, o NE10 conversou com pernambucanos que moram em Nova York e arredores para saber o clima na região durante esta época do ano. Veja os depoimentos abaixo:

 


Ricardo Gennari é especialista em temas de segurança e terrorismo

Ricardo Gennari é especialista em temas de segurança e terrorismoFoto: cortesia

Entrevista - Ricardo Gennari: "Precisamos estar preparados para possíveis ataques"

O professor Ricardo Gennari é especialista em segurança, inteligência e estratégia, com especializações em temas ligados aos ataques terroristas de 11 de setembro. O NE10 entrevistou Gennari, que contou como os atentados de 15 anos atrás mudaram o mundo. Confira:

NE10 – Como a segurança dos Estados Unidos e do mundo evoluiu após os ataques terroristas de 11 de Setembro?

Ricardo Gennari - Depois dos ataques em 11/09/2001, nos Estados Unidos, o paradigma de segurança mudou e evoluiu pela necessidade de se combater o terrorismo internacional. Os investimentos foram necessários na área de Inteligência, desenvolvendo novas tecnologias como monitoramento com alta resolução e análise de dados (Metadados), sistemas de biometria – reconhecimento facial, estruturas de cyberterrorismo, rastreamento de sistemas de comunicações e satélites e monitoramento de redes sociais. A formação de profissionais nas áreas de segurança merece também um destaque. Foram necessários investimentos nas áreas de anti terror – prevenção e preparo de estratégias, planos e planejamentos. E contra terror, peça fundamental para combater o terrorismo no campo de batalha das guerras irregulares.

NE10 – Existem diversas teorias conspiratórias acerca do real motivo dos ataques às Torres Gêmeas e ao Pentágono, entre elas que o próprio Governo norte-americano facilitou as coisas para que os acontecimentos daquele fatídico 11 de Setembro ocorressem e os Estados Unidos entrassem em guerra com o Iraque. Como você vê essas versões?

Ricardo Gennari – Várias teorias de conspirações foram ventiladas após os atentados. Porém difícil de serem comprovadas. Podemos dizer que as informações sobre os atentados estavam compartilhadas e gerando sinais fracos para as agências de inteligência como CIA, FBI, Pentágono e outras. Sem uma coordenação central das informações, uma agência sabia que os terroristas estavam em solo americano, outra sabia que os terroristas estavam fazendo curso de pilotos e outra sabia do recebimento de dinheiro para as células terroristas. Como não havia unificação destas informações, os terroristas conseguiram atacar as Torres Gêmeas, atingindo também o orgulho dos EUA, mas fortalecendo a nação americana. Em 2004, o presidente George W. Bush, criou o cargo de Diretor Nacional de Inteligência e um Centro Nacional Anti-terror,  para coordenar todas as agências e os órgãos envolvidos na luta contra o terrorismo. Os interesses de governos em guerras e seus resultados sempre existiram e continuarão a existir.

NE10 – A tripulação e os passageiros dos aviões que foram sequestrados pelos terroristas poderiam ter evitado, de alguma forma, a ação dos terroristas?

Ricardo Gennari – Acredito que os passageiros e os tripulantes reagiram contra os terroristas tentando retomar o controle da aeronave. O cinema retratou isso no filme “Voo United 93”, que caiu na Pensilvânia. Mas temos um fato real acontecido no Voo American Airlines 11, onde as comissárias Madeline Sweeney e Betty Ong foram heroínas. Utilizando-se do princípio da oportunidade, elas passaram todas as informações necessárias, além das recebidas por passageiros, para o gerenciamento de crise em terra. As comissárias colaboraram muito com a identificação e o posicionamento dos terroristas na aeronave. Posteriormente ao atentado, os protocolos de segurança aérea foram aperfeiçoados em partes graças ao trabalho das comissárias profissionais e comprometidas com a segurança dos passageiros e da aeronave.

NE10 – Você acha possível acontecer outro tipo de ataque como aquele, tão simbólico, novamente nos Estados Unidos?

Ricardo Gennari – No mundo atual tudo é possível. O Terrorismo é a guerra do século XXI. Sendo assim, precisamos estar preparados para possíveis ataques de um lobo solitário até uma bomba suja.

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Ataque ao World Trade Center aconteceu na manhã de 11 de setembro de 2001 - Reprodução
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Prédios em chamas logo após a colisão de dois aviões comerciais que foram sequestrados por terroristas - Reprodução
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Ataques deixaram mais de 3 mil mortes - Reprodução
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Vista dos prédios de Manhattan sem o World Tarde Center - Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem
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Na foto, reconstrução do complexo em memória ao World Trade Center, em 2011 - Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem
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Vista dos prédios da cidade de Nova York e o Rio Hudson - Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem
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Museu em homenagem ao World Trade Center - Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem
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No lugar das torres gêmeas foi construído o One Trade Center - Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem
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Na foto, o edifício Empire States ao fundo na cidade de Nova York - Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem

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