Pelo menos 37 pessoas morreram em terremoto na Itália Foto: FILIPPO MONTEFORTE / AFP
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Ao menos 38 pessoas morreram no devastador terremoto que atingiu na madrugada desta quarta-feira (24) duas regiões do centro da Itália, um número que pode aumentar enquanto as equipes de resgate buscam sobreviventes entre os escombros das localidades devastadas.
O balanço total de mortos sobe de hora em hora, já que há muita gente sob as pilhas de pedras, assim como muitos desaparecidos, explicou à imprensa Immacolata Postiglioni, responsável pelas operações urgentes da Defesa Civil.
"Infelizmente o número pode mudar", reconheceu.
Dezenas de socorristas, policiais e voluntários trabalham sem descanso nas pequenas localidades de Amatrice e Accumoli, na região de Lácio, e Arquata del Tronto, na região de Marcas, as três mais afetadas pelo terremoto, para retirar pessoas dos escombros.
O tremor, que foi sentido em Roma e Veneza, acordou a população às 03h30 locais (22h30 de Brasília de terça-feira).
O epicentro foi localizado perto de Nórcia, uma cidade da região da Umbria, a 150 km de Roma, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
Os feridos mais graves estão sendo levados à capital da província, Rieti, assim como a hospitais de Roma e Florença em helicópteros.
As autoridades nacionais decidiram mobilizar o exército para os trabalhos de resgate, que são particularmente complicados por se tratar de pequenas localidades em meio às montanhas que ficaram quase destruídas.
O chefe da Defesa Civil, Fabrizio Curcio, confirmou à imprensa que "muitos edifícios ficaram destruídos" em várias localidades e que teme-se pela vida de seus habitantes.
As imagens transmitidas pela televisão foram dramáticas, com montanhas de pedra, desabamentos, edifícios rachados e casas destruídas pelo tremor.
Segundo a agência italiana de notícias AGI, ao menos cem pessoas estão desaparecidas sob os escombros.
Boa parte dos habitantes das localidades mais afetadas perambulam pelas ruas, sem casa, completamente chocados.
"Ouve-se apenas os gatos"
"Minha irmã e meu irmão estão sob os escombros. Não dão sinal de vida. Ouve-se apenas os gatos", lamentou angustiado à AFP Guido Bordo, de 69 anos, enquanto espera em Accumoli notícias sobre seus familiares.
Os operadores pedem continuamente silêncio para poder ouvir os lamentos, gritos e sinais de modo a escavar e tentar salvar as vítimas.
Uma família inteira, dois adultos e dois filhos, que estavam de férias nesta região perdeu a vida no tremor.
"Salvei-me milagrosamente. Dez segundos foram suficientes para destruir tudo", contou Marco, morador de Amatrice, ao jornal La Repubblica.
Os ponteiros do relógio do antigo campanário de seu povoado, um dos poucos monumentos que sobreviveu, ainda marcam 03h30, a hora do fatídico tremor.
O prefeito do pequeno povoado de Accumoli, Sergio Pirozzi, contou que sua comunidade, situada a 40 km do epicentro, ficou completamente destruída.
"Setenta e cinco por cento do povoado não existem mais", lamentou comovido depois de confirmar danos no hospital local.
Muitos turistas estavam na região para participar das festas organizadas todos os anos em Amatrice por ocasião da criação de uma famosa receita de espaguete.
"Os hotéis estavam todos lotados", explicou o prefeito.
Também se trata de uma das zonas com mais risco sísmico da Itália, país que possui uma geologia muito particular.
Vários tremores secundários foram sentidos no resto da noite, um de 3,9 graus na província de Perúgia e outro mais forte de 5,3, que foi novamente sentido em Roma, às 04h30 locais.
O papa Francisco interrompeu sua tradicional audiência de quarta-feira para manifestar sua dor pelas vítimas e reconheceu ter ficado abalado com a notícia.
O centro da Itália sofreu há sete anos, durante a madrugada, um forte terremoto de 6,3 graus que deixou mais de 300 mortos na região de Áquila.