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Rede de lanchonetes britânica armava para deportar migrantes ilegais

Ingrid
Ingrid
Publicado em 28/07/2016 às 14:49
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A Rede de lanchonetes Byron convocava migrantes ilegais, entre eles brasileiros, para treinamento e depois denunciava os trabalhadores ilegais para o Ministério do Interior. / Foto: Free Images

A Rede de lanchonetes Byron convocava migrantes ilegais, entre eles brasileiros, para treinamento e depois denunciava os trabalhadores ilegais para o Ministério do Interior. Foto: Free Images

A rede britânica de lanchonetes Byron é alvo de uma campanha de boicote, acusada de ter convocado falsas sessões de treinamento profissional para prender e deportar dezenas de trabalhadores ilegais do Brasil, Nepal, Egito e Albânia.

O ministério do Interior britânico confirmou nesta quinta-feira que 35 pessoas desses países foram detidas em 4 de julho por violações das leis de imigração em operações realizadas "com base em informações de inteligência" em várias lanchonetes Byron.

Segundo o jornal The Guardian, as batidas policiais foram realizadas durante sessões de formação sobre questões de segurança sanitária convocadas pela empresa.

"É revoltante. Algumas pessoas trabalhavam aqui há quatro ou cinco anos e não puderam sequer se despedir", declarou um funcionário da empresa, que pediu anonimato.

De acordo com o jornal londrino de língua espanhola El Ibérico, que revelou o caso, as operações foram realizadas em quinze restaurantes da rede na capital britânica e já são "dezenas de pessoas deportadas, a maioria delas da América Latina".

Outro funcionário citado pelo site do jornal indica que "150 [funcionários] conseguiram escapar dos controles e atualmente estão escondidos".

 

Repercussão nas redes sociais

O assunto ganhou as redes sociais, com uma chamada no Twitter ao boicote de restaurantes Byron com a hastag #boycottbyron.

Vários grupos de apoio aos migrantes convocaram no Facebook um protesto na segunda-feira em frente à lanchonete Byron em Holborn, no centro de Londres.

O ministério do Interior explicou que a operação contou com "a plena cooperação do grupo", mas recusou-se a confirmar que tenha se tratado de uma armadilha.

A Byron também confirmou as operações, negando-se a responder às alegações de enganou seus funcionários. "Temos orgulho da diversidade de nossas equipes, formadas por pessoas de todas as origens", declarou o grupo, ressaltando que alguns funcionários tinham documentos de identidade falsos. "O que #Byronburgers fez me dá enjoos! Eu não acho que voltarei lá por um tempo", tuítou @EpiphannieA.

Outro internauta, @1markpullen, justificou a alegada colaboração com a polícia, alegando que "não é justo que existam pessoas que ignoram a lei e trabalham ilegalmente".

Uma testemunha citada pelo El Ibérico indicou que no dia da ação foi organizada uma greve em solidariedade com os que foram expulsos.

"Na noite de 4 de julho, eles foram deportados para seus países sem nada. Os chefes sabiam da situação dessas pessoas. Eles trabalham duro e não dizem nada. Se têm que trabalhar 60 horas por semana, trabalham e não dizem nada. Os responsáveis da empresa sabem disso e por isso contratam essas pessoas ", disse ele.

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