Brexit

Reino Unido renuncia a exercer presidência rotativa da UE

Emilayne Mayara dos Santos
Emilayne Mayara dos Santos
Publicado em 20/07/2016 às 8:26
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Decisão foi informada pelo gabinete da nova primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May / Foto: AFP

Decisão foi informada pelo gabinete da nova primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May Foto: AFP

O Reino Unido, que se prepara para iniciar negociações para sair da União Europeia (UE), renunciou a exercer no próximo ano a presidência semestral do bloco, informou nesta quarta-feira (20) o gabinete da primeira-ministra, Theresa May.

May comunicou na véspera esta decisão ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, na primeira conversa telefônica entre ambos desde que a chefe de governo conservadora substituiu na semana passada David Cameron no cargo. 

A decisão se inscreve na perspectiva do Brexit, ou ruptura com a UE, aprovada pelos britânicos em um referendo no dia 23 de junho.

"A primeira-ministra sugeriu que o Reino Unido deveria renunciar à presidência rotativa do Conselho (Europeu), prevista para a segunda metade de 2017, ressaltando que (naquele momento) deveremos estar dando prioridade às negociações para deixar a União Europeia", disse uma porta-voz de Downing Street.

"Donald Tusk acolheu com satisfação a rápida decisão da primeira-ministra sobre este tema, que permitirá ao Conselho tomar disposições alternativas", acrescentou.

O Conselho Europeu está integrado pelos governos dos 28 países que atualmente formam a UE, que se alternam em sua presidência de forma semestral.

Os embaixadores do bloco se reunirão nesta quarta-feira para decidir quem irá exercer o mandato deixado vago por Londres.

Atualmente esta instância está nas mãos da Eslováquia e no primeiro semestre de 2017 será a vez de Malta, que deveria passar o cargo no dia 1º de julho ao Reino Unido.

Na conversa com Tusk, May reiterou que esperava que as negociações de separação, depois de 43 anos de pertencimento de seu país ao bloco, ocorram com "um espírito pragmático e construtivo", mas destacou a necessidade de agir sem precipitação.

Tusk, segundo a porta-voz de May, "disse à primeira-ministra que ajudará para que o processo seja o mais suave possível".

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