Tentativa de golpe

Presidente da Turquia nega descartar pena de morte a conspiradores

Ingrid
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Publicado em 18/07/2016 às 18:10
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"Está claro que se trata de um crime de traição", disse Erdogan à emissora de TV CNN. / Foto: AFP

"Está claro que se trata de um crime de traição", disse Erdogan à emissora de TV CNN. Foto: AFP

A pena de morte não está descartada para os suspeitos de conspirar contra o governo da Turquia, afirmou nesta segunda-feira (18) o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em entrevista à emissora americana CNN.

Erdogan, que deu sua primeira entrevista desde a dramática tentativa de golpe de Estado em seu país, na sexta-feira passada, também disse que nos próximos dias seu governo pode fazer um requerimento aos Estados Unidos para extraditar o clérigo Fethullah Gülen, a quem acusa de ter fomentado a conspiração.

"Está claro que se trata de um crime de traição", disse Erdogan à emissora de TV por meio de um tradutor, quando perguntado sobre os apelos a que os supostos conspiradores enfrentem a pena capital.

"Mas obviamente, esta será uma decisão parlamentar para que possa se tornar uma medida constitucional", acrescentou. A abolição da pena de morte na Turquia, em 2004, resultou de longos esforços conjuntos com a União Europeia.

"Assim, os líderes terão que se unir para discuti-lo, eu aprovarei qualquer decisão que vier do Parlamento", afirmou o presidente turco.

A Turquia lançou um vasto expurgo e demitiu nesta segunda-feira quase 9.000 funcionários, entre as medidas implacáveis adotadas contra os conspiradores, qualificados por Erdogan como um "vírus" que ele prometeu eliminar.

No entanto, os Estados Unidos e a União Europeia alertaram contra uma vingança excessiva e pediram respeito ao Estado de direito.

Erdogan acusa seu grande inimigo, Gülen, de estar por trás da tentativa de golpe. Mas o clérigo, que se autoimpôs um exílio na Pensilvânia, rejeitou qualquer relação com a tentativa de golpe.

"Temos um acordo mútuo de extradição de criminosos", disse Erdogan à emissora de TV, ao lembrar que poderia pedir a extradição de Gülen. "Deve haver reciprocidade neste tipo de coisas", pontuou.

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