O PIB chinês teve uma expansão de 6,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2015. Foto: STR / AFP
O PIB chinês teve uma expansão de 6,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2015, um nível idêntico ao dos três primeiros meses do ano, anunciou nesta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatísticas (ONS).
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A confiança nos dados oficiais é, entretanto, questionada pela rapidez de sua divulgação, apenas duas semanas depois do final de um trimestre, enquanto as economias avançadas precisam de vários meses para avaliar os dados. Em 2015, a economia chinesa teve uma expansão de 6,9%, a mais baixa em 25 anos.
BOA SURPRESA- O dado do segundo trimestre "é uma boa surpresa, não há dúvida. Mas acho que se deve a uma aceleração significativa do crescimento do crédito", declarou Klaus Baader, economista-chefe do banco Société Générale em Hong Kong.
"A China caminha para alcançar sua meta de crescimento", estimou Haibin Zhu, economista-chefe da JP Morgan, que contrapôs a produção industrial que continua "muito forte" ao fraco investimento privado.
Pequim está mudando seu modelo econômico, tentando concentrá-lo na expansão do consumo interno após anos de crescimento alimentado pelos investimentos e as exportações.
As vendas, que indicam o consumo das famílias, aumentaram 10,6% em junho, informou o Escritório de Estatísticas, e os investimentos em bens de capital fixo, indicador do gasto público, aumentaram em 9% no primeiro semestre.
O porta-voz da ONS, Sheng Laiyun, destacou também que o consumo representou 73,3% do PIB no primeiro semestre, e os investimentos, 37%.
"A demanda interna continua sendo o fator chave de apoio ao crescimento estável da economia chinesa", declarou. A parte dos serviços no PIB subiu 54,1%, ou seja 1,8% a mais do que no primeiro semestre do ano anterior.
PREOCUPAÇÃO COM O SETOR PRIVADO-
O investimento privado recuou claramente ao longo do primeiro semestre, passando de 3,9% em maio para 2,8% em junho.
O porta-voz atribuiu esse retrocesso ao excesso de capacidades das indústrias tradicionais e as dificuldades das empresas privadas para ter acesso a alguns mercados e aos empréstimos bancários. "O maior motivo de preocupação é a queda atual do investimento no setor privado, claro sinal de que as empresas estão ansiosas pela conjuntura e pelo fracasso do governo em implementar as reformas prometidas", considera Tom Rafferty, da Economiste Intelligence Unit.