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Identificada possível célula do ISIS em campo de refugiados na Holanda

Ingrid
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Publicado em 07/06/2016 às 17:02
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A investigação é em um campo  de refugiados na Holanda que faz fronteira com a Alemanha. Segundo o governo holandês haveria uma célula do Estado Islâmico no local. / Foto: Rami Al-Sayed / AFP

A investigação é em um campo de refugiados na Holanda que faz fronteira com a Alemanha. Segundo o governo holandês haveria uma célula do Estado Islâmico no local. Foto: Rami Al-Sayed / AFP

A Holanda investiga a potencial presença de membros do grupo Estado Islâmico (EI) no campo de demandantes de asilo de Nijmegen, perto da fronteira alemã, e sua possível ligação com o atentado desmantelado em Düsseldorf - anunciou o ministro holandês da Justiça nesta terça-feira (7).

"Posso declarar que estamos a par dessa informação. Uma investigação está sendo realizada", afirmou o ministro Ard van der Steur, na Câmara baixa do Parlamento, recusando-se a dar detalhes sobre a investigação em curso.

"Nesse tipo de caso, informações são compartilhadas no plano internacional e de maneira intensiva em todos os níveis", limitou-se a acrescentar.

Indivíduo detido em fevereiro na França por ligação com o plano de atentado suicida frustrado nessa cidade do oeste da Alemanha, Saleh A. revelou à Polícia francesa estar à frente de uma "célula terrorista adormecida" de cerca de 20 homens distribuídos entre Nijmegen e Düsseldorf, informa o jornal francês Le Monde. "Não posso dar qualquer declaração", reagiu o porta-voz do Ministério Público Nacional, Wim de Bruin.

Três sírios, que seriam membros do EI, foram detidos na quinta-feira passada (2) na Alemanha, em meio ao planejamento de um atentado suicida. Nesse ataque, dois homens "com coletes explosivos" iriam se autodetonar, havia relatado o Ministério Público alemão.

Um deles, identificado como Hamza C., dirigia - junto com Saleh A. - a "célula terrorista adormecida" germano-holandesa, a qual deveria atingir um bairro comercial de Düsseldorf nas 24 horas seguintes ao sinal de um homem identificado como Abou Doujana al-Tunisi. Segundo o francês Le Monde, ele é conhecido como o "emir dos estrangeiros".

Saleh A. recebeu suas ordens na Síria, onde deixou um campo de treinamento do EI para viajar para a Europa, em 2014. Sua missão era negociar, no Vaticano, um vídeo, no qual um jesuíta italiano sequestrado há dois anos na Síria, padre Paolo Dall'Oglio, aparentemente ainda vivo, pela quantia de 10.000 euros.

O "jihadista arrependido" - nas palavras da imprensa francesa - não concluiu seu projeto. "Cansado" de viajar de campo de refugiados em campo de refugiados, ele se entregou à Polícia em uma delegacia de Paris, onde fez várias revelações, de acordo com Le Monde.

Maior local de acolhida na Holanda, o campo de refugiados de Nijmegen tem cerca de 3.000 demandantes de asilo. A área foi instalada de urgência no final de 2015 em uma área de camping.

"Estamos atentos à utilização do fluxo de refugiados por parte dos terroristas. Esse caso confirma nossas preocupações", afirmou o ministro Van der Steur.

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