Economia

Venezuela aumenta em 900% preço da farinha de milho

Pedro Alves
Pedro Alves
Publicado em 24/05/2016 às 8:39
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O preço do quilo da farinha de milho - ingrediente básico da arepa, prato típico da Venezuela - foi reajustado em 900% nessa segunda-feira / Foto: Acervo

O preço do quilo da farinha de milho - ingrediente básico da arepa, prato típico da Venezuela - foi reajustado em 900% nessa segunda-feira Foto: Acervo

O preço do quilo da farinha de milho - ingrediente básico da arepa, prato típico da Venezuela - foi reajustado em 900% nesta segunda-feira, para incentivar a produção e reduzir a grave escassez de alimentos básicos.

Congelado há 15 meses, o preço do quilo da farinha de milho passou de 19 para 190 bolívares (19 dólares à taxa decretada pelo governo para a importação de alimentos e remédios), informou a Superintendência de Preços Justos.

Na Venezuela, o governo socialista aplica um férreo controle de preços sobre os alimentos e outros bens de primeira necessidade, o que segundo os empresários não permite cobrir os custos de produção.

A farinha de milho é um dos produtos da cesta básica, e a Associação Venezuelana de Indústrias da Farinha reclamava há tempos um ajuste de preços.

A Venezuela tem a inflação mais alta do planeta: 180,9% em 2015 e uma projeção de 700% para 2016, segundo o FMI.

A Superintendência também reajustou o preço do frango, que passou de 65 para 850,37 bolívares o quilo, acabando com um congelamento que remontava a fevereiro de 2015.

O vice-presidente da Economia, Miguel Pérez Abad, havia anunciado no início de maio uma atualização dos preços dos produtos tabelados para reconhecer os custos de produção.

A chamada "Lei dos Preços Justos" fixa uma margem de rentabilidade de 30% para todos os bens e serviços, mas no caso de alimentos e remédios, o ministro disse que os empresários se "comprometeram" com percentuais de entre 14 e 20 pontos.

O governo espera que os novos preços - e a recente modificação na política cambial - ajudem a reanimar a atividade industrial, no momento em que há uma ociosidade de 55% na capacidade produtiva devido à falta de divisas, à incerteza política e ao racionamento de energia.

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