"Veremos depois da conclusão do processo. Mas agora, isso seria assinalá-lo como culpado", disse o Papa Francisco quando questionado sobre a demissão do cardeal. Foto: Gabriel Bouys / AFP
Em declarações ao veículo, que foi publicado na terça-feira passada, sobre a pergunta de se Barbaria devia se demitir, o pontífice respondeu: "Não, seria um contra-senso, uma imprudência". "Veremos depois da conclusão do processo. Mas agora, isso seria assinalá-lo como culpado", acrescentou.
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O cardeal Barbarin, personalidade influente da hierarquia católica francesa, se encontra em duas investigações junto a outros responsáveis religiosos por "não denunciar" agressões sexuais cometidas contra jovens entre 1986 e 1991 pelo sacerdote Bernard Preynat. Este último, em atividade até agosto de 2015, reconheceu os feitos e foi acusado em 27 de janeiro.
Uma associação defensora das vítimas, La Parole Libérée, repreendeu Barbaria por não ter informado sobre os atos do sacerdote à justiça, apesar de estar ciente desde 2007.
O cardeal francês, arcebispo de Lyon desde 2002, nega ter encoberto os acontecimentos, ainda que tenha admitido em 25 de abril "erros na gestão e nomeação de certos sacerdotes".
De forma mais geral, o papa Francisco estimou que nos casos de pedofilia não era "fácil julgar os feitos após décadas, em outro contexto". "Mas para a Igreja, nesse campo, não pode haver prescrições", acrescentou.
"Por estes abusos, um sacerdote que teria como vocação conduzir uma criança para Deus, o destrói. Dissemina o mal, o ressentimento, a dor. Como havia dito Bento XVI, a tolerância deve ser zero", insistiu, citando seu antecessor.
A Igreja Católica na França, sacudida há vários meses por escândalos de pedofilia, anunciou em 12 de abril uma série de medidas para esclarecer estes abusos sexuais em seu seio.