Para celebrar esta reaproximação, Obama e Castro acompanharam partido de beisebol Foto: AFP
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"A comunidade cubano-americana é uma parte importante da experiência norte-americana. Nos consultamos bastante com a comunidade cubano-americana antes de iniciarmos esta mudança. Houve um debate na comunidade sobre se isto estava correto ou não, porque eles mantém uma certa raiva por toda a experiência, mas minha visão é que se você faz algo por 50 anos e não funciona, deve tentar algo diferente", disse Obama à transmissão da ESPN durante a partida.
No gramado, a seleção cubana enfrentou o time norte-americano do Tampa Bay Rays, da Major League Baseball (MLB, a principal liga dos Estados Unidos). O Rays tomou conta das ações, abriu 4 a 0 no placar e acabou saindo vencedor por 4 a 1, mas o resultado pouco importou para os torcedores nas arquibancadas.
As atenções estavam mesmo voltadas para as tribunas, onde Barack Obama e Raúl Castro acompanhavam a partida lado a lado com suas famílias. A cena era um símbolo da reaproximação entre as nações depois de tantos anos de embargo econômico norte-americano à ilha caribenha. Foi justamente em busca do estreitamento de laços que Obama se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a visitar Havana após quase nove décadas.
Outro forte símbolo desta reaproximação estava em campo. O cubano Dayron Varona voltava ao próprio país três anos após desertar em busca de uma chance na MLB. O jogador sequer atua na equipe principal do Rays, mas foi promovido para esta ocasião e pôde viajar de volta à ilha e reencontrar sua família após tanto tempo graças a uma autorização especial do governo local. Se a nova política de relação entre EUA e Cuba funcionar, atletas como Varona não precisarão mais desertar por uma chance em território norte-americano.
"Por 50 anos, nós não atingimos o nosso objetivo que era liberdade e oportunidade para o povo cubano. Iniciamos uma nova política de relação não de um ponto de vista ingênuo. Entendemos que o governo aqui continua controlando os aspectos de vida e a liberdade individual segue reduzida, mas acreditamos que se tivermos mais norte-americanos viajando, mais comércio, mais interação, nossas ideias e cultura estiverem penetrando a sociedade, isso dará vantagem para que negociemos os termos que nos importam", argumentou Obama.