Crise Migratória

Segunda semana de desmantelamento do campo de migrantes de Calais

Pedro Alves
Pedro Alves
Publicado em 07/03/2016 às 9:41
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Suspensas durante o fim de semana, as operações eram realizadas diante dos olhares de 70 migrantes e membros de associações humanitárias / Foto: DENIS CHARLET/AFP

Suspensas durante o fim de semana, as operações eram realizadas diante dos olhares de 70 migrantes e membros de associações humanitárias Foto: DENIS CHARLET/AFP

As operações de desmantelamento da parte sul do campo de migrantes chamado de "selva" de Calais (norte da França) foram retomadas nesta segunda-feira (7) pela segunda semana consecutiva, cercadas de um importante dispositivo policial. Suspensas durante o fim de semana, as operações eram realizadas diante dos olhares de 70 migrantes e membros de associações humanitárias, mantidos à distância por um cordão policial.

Crianças tentaram entregar rosas brancas aos policiais, que permaneciam impassíveis. Um grupo de manifestantes carregava cartazes com a frase "Países europeus: onde estão os direitos humanos?". Um grupo de nove iranianos que costuraram a boca na semana passada para protestar pela destruição de seus barracos se uniu à manifestação afirmando que estão em greve de fome.

Desde 29 de fevereiro já foram desmantelados mais de dois dos 7,5 hectares previstos, indicaram as autoridades francesas. Quilômetros a leste de Calais, em Grande-Synthe, o primeiro campo de refugiados com normas internacionais construído na França vai abrir suas portas nesta segunda-feira. Nele, 200 casa de madeira poderão abrigar 1.050 pessoas que estavam até agora em um acampamento insalubre da mesma cidade.

Segundo as autoridades, entre 800 e 1.000 pessoas vivem no setor sul da "selva" que está sendo desmantelado, mas as associações estimam esse número em 3.450. O objetivo é recebê-las em abrigos em Calais ou em outras cidades da França. Em todo o acampamento há entre 3.700 e 7.000 migrantes em sua maioria sírios, afegãos e sudaneses que querem viajar à Grã-Bretanha.

O desmantelamento da zona sul da "selva" levará "um mês, talvez mais", indicaram na semana passada as autoridades francesas.

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