A iniciativa de um grupo de direito LGBT com a Prefeitura da cidade representa a primeira do tipo no país Foto: Reprodução
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O abrigo terá disponibilidade para receber 122 pessoas em 29 apartamentos para duas ou três refugiados e terá o endereço mantido em segredo, uma forma de manter o anonimato dos inquilinos. Para Haseeno, um refugiado gays de 40 anos, o novo centro simboliza uma grande melhoria para as pessoas homossexuais, lésbicas e transexuais que sofreram abuso. O sírio chegou na Alemanha em 2014 e teve de sair de um abrigo de Berlim após sofrer hostilidade de colegas.
As discriminações aos refugiados homossexuais é um problema enfrentado por toda a Europa. Muitos deles já sofreram algum tipo de abuso, com alguns sendo obrigados a deixar os centros de acolhimento.
"Eles são refugiados como qualquer outro, mas também são isolados culturalmente passaram por muito abuso. Começa com a violência psicológica, que vai de expressões verbais de desaprovação à discriminações, até a agressões físicas, com casos de braços e narizes quebrados. Tiveram até algumas tentativas de assassinato", contou Stephan Jaekel, chefe do Conselho para Refugiados Gays de Berlim.
Para Jaekel, cerca de 10% das 80 mil pessoas que entraram com pedido de asilo na Alemanha são homossexuais, ou seja, entre 3,5 mil e seis mil pessoas.
Uma investigação da agência “Associated Press” revelou dezenas de casos de violência registrados na Alemanha, Holanda, Espanha, Dinamarca, Suécia e Finlândia. Os autores dos abusos normalmente são outros refugiados, mas também vêm de guardas de segurança e de tradutores. Para a AP, os episódios sugerem um possível choque cultural, pois muitos migrantes vêm de países muçulmanos conservadores onde a homossexualidade é um tabu e ilegal.
A maioria das vítimas da violência não denunciam os abusos à polícia nem relatam os casos aos agentes sociais, segundo o jornal espanhol “El Mundo”. Isso dificulta a ação das autoridades nos abrigos, como a detenção dos agressores ou proteção especiais para os violentados.