No relatório "América Latina Indígena no século XXI", o Banco Mundial ressaltou que os indígenas representam cerca de 8% da população total, mas são 14% dos cidadãos que vivem na pobreza, e não menos do que 17% das pessoas em situação de pobreza extrema. Foto: Agência Brasil
O relatório "América Latina Indígena no século XXI", a entidade ressaltou que os indígenas representam cerca de 8% da população total, mas são 14% dos cidadãos que vivem na pobreza, e não menos do que 17% das pessoas em situação de pobreza extrema.
"Pela primeira vez na história da América Latina, há mais pessoas vivendo na classe média do que na pobreza", mas "os povos indígenas não beneficiaram na mesma medida que o resto da população. Esta situação é inaceitável", declara Jorge Familiar, vice-presidente do BM para a região, em uma entrevista coletiva.
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O estudo do Banco Mundial surpreender ao constatar que quase metade (49%) de toda a população indígena latino-americana vive em áreas urbanas. Desse total, a maioria absoluta é relegada a favelas, onde muitas vezes enfrentam a pobreza extrema e vivem em áreas de risco, insalubres e poluídas.
A especialista Dianna Pizarro, especialista do BM em Desenvolvimento Social, apontou que a presença de comunidades indígenas em áreas urbanas pode ser explicada pela possibilidade de conseguir melhores empregos ou até mesmo pelo acesso à educação, "mas que vem acompanhado de uma grande perda cultural" .
Nessas áreas urbanas, aponta o estudo, os povos indígenas estão envolvidos em trabalhos de baixa qualificação ou no setor informal e, portanto, sem benefícios sociais.
De acordo com Familiar, o Banco Mundial apresentou o estudo "América Latina Indígena no século XXI" para apoiar "a visão de que a preservação da identidade cultural dessas comunidades não precisa ser contrária à criação de oportunidades e desenvolvimento". Cerca de 80% da população indígena da América Latina está concentrada no México, Peru, Guatemala e Bolívia, de acordo com a BM.