Tsai Ing-wen venceu a eleição em Taiwan e será a primeira mulher do país a chegar à Presidência Foto: AFP
Pouco depois, o partido governista Kuomintang (KMT) reconheceu a derrota e parabenizou Tsai pela vitória. "Sinto muito. O KMT sofreu uma derrota eleitoral", disse o candidato Eric Chu candidato, cercado por partidários, alguns entre lágrimas.
A queda de popularidade do KMT, impulsionada pela frágil economia da ilha e pela reaproximação do partido com Pequim, não apenas facilitou a vitória do PPD nas urnas, mas também deixou a China em alerta. Entre 2000 e 2008, durante a gestão de Chen Shui-bian, as relações entre os governos ficaram estremecidas com ameaças de declaração de independência da ilha — considerada uma província rebelde por Pequim — e um escândalo de corrupção que levou o então presidente para trás das grades, antes mesmo do fim de seu mandato.
O KMT voltou ao poder com Ma, defensor do princípio da “China única”, no qual a China e Taiwan seriam partes indivisíveis de um só país. Em abril de 2014, a assinatura de um acordo comercial com a China levou manifestantes do chamado Movimento dos Girassóis a ocuparem o Parlamento taiwanês durante 23 dias, e, em novembro passado, um encontro de Ma com o presidente chinês, Xi Jinping, gerou novos protestos.
DIVERSIFICAÇÃO ECONÔMICA - Educada em universidades americanas e inglesas, Tsai obteve mais de 45% dos votos nas eleições de 2012, que mantiveram o KMT na Presidência, e foi classificada por Ma como uma “separatista extremista”. No entanto, o PPD vem diminuindo a ênfase na busca pela independência, embora defenda fortemente uma ampliação de negociações comerciais com nações do Sudeste Asiático, que tirariam o foco da China e diversificariam a economia local.
"Entro nesta eleição não para derrotar qualquer um, mas para derrotar a situação em que o país se encontra", afirmou ela em comício.