Aproximação

Líderes do G20 começam a chegar para cúpula na Turquia

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 14/11/2015 às 17:23
Leitura:

A cúpula do G20 na Turquia será para líderes mundiais tentarem aproximar posições sobre a guerra na Síria / Foto: AFP

A cúpula do G20 na Turquia será para líderes mundiais tentarem aproximar posições sobre a guerra na Síria Foto: AFP

Os líderes do G20, entre eles Dilma Rousseff, começaram a chegar a Antalya, sudoeste da Turquia, para a cúpula de domingo (15) e segunda-feira (16), que será marcada pelos atentados de Paris.

O anfitrião do encontro, o turco Recep Tayyip Erdogan, oferecerá neste sábado um jantar informal a vários dos líderes já presentes na cidade.

Os presidentes americano Barack Obama e russo Vladimir Putin ainda não chegaram e o francês François Hollande cancelou sua participação devido aos graves atentados de sexta-feira.

Hollande será representado por seu ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius.

A chanceler alemã Angela Merkel, uma personagem-chave da crise dos refugiados sírios na Europa, é esperada neste domingo.

Os dois principais protagonistas do encontro, Obama Putin, divididos sobre como por fim à guerra na Síria, não têm previsto reunir-se em caráter oficial, mas provavelmente, terão um encontro informal, segundo fontes de Washington.

A cúpula do G20 de domingo e segunda-feira na Turquia será a oportunidade para líderes mundiais tentarem aproximar posições sobre a guerra na Síria, a migração e o clima.

Com uma agenda desta vez mais política do que econômica, ainda mais depois dos atentados de Paris, os dirigentes dos países mais ricos do planeta se reunirão na cidade mediterrânea de Antalya, sujeita a estritas medidas de segurança e vigiada por 12 mil policiais.

Travado a apenas 600 km de Antalya, o conflito sírio - que deve predominar as conversas - deixou mais de 250 mil mortos em mais de quatro anos e provocado milhões de refugiados.

Mas as divergências principalmente sobre a saída do poder do presidente Bashar al Assad, pedida pelos países ocidentais e árabes, ao contrário do que defendem Rússia e Irã, impedem avançar na via diplomática.

Obama tem previsto reunir-se com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, seu primeiro encontro desde outubro de 2014, enquanto Putin fará o mesmo com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro David Cameron.

No terreno, a entrada em cena de Moscou, há um mês e meio, para apoiar militarmente o regime de Damasco complicou a situação no país, onde uma coalizão chefiada pelos Estados Unidos bombardeia os jihadistas do Estado Islâmico.

Triunfante após recuperar a maioria absoluta no Parlamento nas eleições deste mês, Erdogan espera, sobretudo, avançar sobre a crise migratória e pede aos europeus uma ajuda financeira para enfrentá-la.

Chegaram à Turquia 2,2 milhões de refugiados sírios e a UE quer convencer Ancara a acolhê-los para conter a onda de migrantes que tenta alcançar seu território.

E, duas semanas antes da conferência internacional sobre o clima de Paris, a COP21, a cúpula do G20 também deverá "enviar um sinal forte" sobre a necessidade de se chegar a um acordo contra as mudanças climáticas, segundo fontes alemãs.

Mas o secretário de Estado americano, John Kerry, rebaixou nesta quinta-feira as expectativas, assegurando que na cúpula não haverá "objetivos de redução (de gases de efeito estufa) juridicamente vinculantes".

Mais lidas