Desde a retomada do centro de Kunduz, ataques aéreos dos EUA e da Otan miraram jihadistas no local Foto: AFP
O Talibã anunciou nesta terça-feira (13) estar se retirando de Kunduz, alvo de intensos confrontos entre o grupo rebelde islamista e as autoridades locais. Tomada pelos jihadistas semanas atrás, a cidade foi controlada por eles por três dias antes de ser retomada quase por inteiro por uma contraofensiva afegã.
As autoridades locais disseram que houve um rastro de veículos destruídos e barricadas no entorno da cidade. Segundo os talibãs, eles se retiraram do local pra proteger os civis na região.
— Garantimos a nosso povo que esta não é uma derrota, mas mostramos que podemos tomar a cidade. Saímos para proteger vidas e evitar mais desperdícios desnecessários de vidas e munição — disse o porta-voz do grupo, Zabihullah Mujahid.
Desde a retomada do centro de Kunduz, ataques aéreos dos EUA e da Otan miraram jihadistas no local. No entanto, um deles atingiu deliberadamente o hospital gerenciado pela Médicos sem Fronteiras na cidade, matando 22 pessoas (12 delas sendo funcionários do grupo). A ONU classificou o ataque como um possível crime de guerra. A perda de Kunduz foi o maior fracasso afegão desde a tomada do país das mãos do Talibã, em 2001.
O Talibã também havia tentado tomar a cidade de Ghazni, ao sul de Cabul, mas suas centenas de soldados foram repelidas por forças de segurança. A cidade voltou à normalidade quase por inteiro.
Os EUA disseram ter conduzido 63 bombardeios aéreos em campos de treinamento da al-Qaeda perto de Kandahar, grande cidade do Sul que é ligada a Cabul através de Ghazni. A al-Qaeda vem atuando junto ao Talibã para lutar também contra o Estado Islâmico.