Waldorf Astoria passou a ser alvo de desconfianças da Casa Branca, após investidores chineses comprarem hotel Foto: divulgação
A escolha do Waldorf Astoria para a realização da reunião do G4 (Brasil, Alemanha, Índia e Japão), neste sábado (26), em Nova York, sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU pode ter sido conveniente, mas não estratégica.
A delegação indiana está hospedada no hotel. Grande, bem localizado (fica no centro da cidade), um dos mais tradicionais dos Estados Unidos e tem o modus operandi para acomodar chefes de Estado, que há, décadas se hospedam lá.
Mas o Waldorf Astoria se tornou também o "elefante na sala" dos Estados Unidos.
Comprado, em 2014, por investidores chineses com ligações históricas ao governo de Pequim, o Waldorf Astoria passou a ser alvo de desconfianças da Casa Branca, em meio à guerra de acusações e ameaças de espionagem entre os dois países.
Neste ano, o presidente americano, Barack Obama, decidiu não se hospedar no Waldorf Astoria como feito tradicionalmente por líderes dos EUA, durante a Assembleia Geral da ONU, que começa oficialmente na segunda-feira (28).
A embaixadora americana na ONU, Samantha Power, também pode romper a tradição de décadas dos titulares de seu posto de adotarem o hotel como residência oficial. A Bloomberg informou que os diplomatas americanos se mudarão para o hotel New York Palace. A Folha consultou a recepção se a sua suíte estaria vaga em setembro e ouviu da funcionária que "ainda não".
A China é a maior interessada em barrar o pleito do G4, por não querer conceder um assento permanente ao Japão. A delegação de Xi Jinping está hospedada no Waldorf Astoria durante a Assembleia Geral.
Além de Dilma, a reunião no hotel, decorado no estilo art deco e visitado por centenas de turistas diariamente, teve a presença do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
Em sua primeira assembleia como presidente, em 2011, Dilma se hospedou no Waldorf Astoria, assim como Obama.
O forte esquema de segurança incomodou assessores, que, caso se afastassem por segundos da presidente, tinham que ser revistados toda vez que passavam pela entrada. Desde então, a presidente optou por outros hotéis.