Abalo sísmico

Pernambucanos contam como foi experiência de terremoto no Chile

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 17/09/2015 às 12:23
Leitura:

Família de Tiago Cavalcanti em Santiago, ao lado da presidente do Chile, Michelle Bachelet / Foto: cortesia

Família de Tiago Cavalcanti em Santiago, ao lado da presidente do Chile, Michelle Bachelet Foto: cortesia

O administrador pernambucano Tiago Cavalcanti, 33 anos, foi um dos que sentiu o terremoto de magnitude 8,3 no Chile, nessa quarta-feira (16). Ele está a passeio em um flat alugado em Santiago, com a mãe, o marido, o irmão e a cunhada.

Eles sentiram o terremoto em um supermercado de Santiago, por volta das 19h30, após passarem o dia em Valparaíso e Viña Del Mar. "Quando estava perto da prateleira de vinhos, comecei a sentir as garrafas se batendo, como se tivesse passando um trem muito pesado do lado do supermercado para tremer o chão" [veja vídeo abaixo], conta. Após perceber que as pessoas se aproximavam de pilastras para se segurar, o grupo viu que se tratava de um terremoto.

"A gente viu muita gente de Santiago, pessoa local, assustada, chorando. Tinha uma funcionário do supermercado desesperada", relata. Este já é o sexto terremoto registrado no Chile, apenas este ano.

Ainda de acordo com Cavalcanti, um homem aproveitou a distração do terremoto para roubar itens do supermercado. O trânsito também sofreu os efeitos do sismo, já que as pessoas ficaram desesperadas para voltar para casa. "Mesmo todo mundo dizendo que é normal, os moradores disseram que não é normal uma magnitude dessa", diz.


Após sair do supermercado, o grupo ainda sentiu mais duas vezes o terremoto. O último deles, quando estavam no apartamento, por volta de 1h. "Sentimos tudo tremer novamente, o guarda-roupa começou a tremer, as portas batendo, saiu todo mundo para a sala e vimos que a luminária começou a balançar... A gente não sabia o que fazer, se saía do flat ou se a gente ficava esperando [passar]".

Segundo Tiago, eles decidiram continuar no flat mas dormiram de calça jeans e com as mochilas prontas, caso precisassem sair às pressas no meio da noite. Nesta quinta (17), estão em estado de alerta, acompanhando aplicativos de terremotos e avaliando se continuarão com passeios.

Pernambucana Lorena Rabelo passou cerca de duas horas sem poder subir para quarto do hotel

Pernambucana Lorena Rabelo passou cerca de duas horas sem poder subir para quarto do hotelFoto: cortesia

Quem também está próximo da região é a contadora recifense Lorena Rabelo, 44 anos. Ela aproveitou as férias para viajar, mas não esperava passar por um terremoto pela primeira vez. Em Mendoza, na Argentina (a 370 km de Santiago), sentiu o reflexo do abalo sísmico. "Sensação terrível, tudo tremia e balançava muito", resume. Ela está acompanhada do marido, do cunhado e da esposa dele.

O grupo estava no 14º andar do Hotel Intercontinental, que tem 15 andares. O espaço foi evacuado, assim como um shopping que fica em frente. "O alarme soou e descemos pelas escadas. Ficamos do lado de fora até autorização de retorno ao lobby", conta. O alerta foi emitido às 20h18; os hóspedes só puderam subir aos quartos após 22h30.

Rabelo saiu de Santiago no último sábado (12) de carro, e passou por Viña Del Mar, Valparaíso e Mendoza. O plano inicial era fazer o mesmo caminho na volta, porém, o grupo decidiu pegar um avião para Buenos Aires e de lá, pegar um voo para Recife.

Mais lidas