Armas químicas

Acordo nuclear com Irã está próximo, mas impasse sobre armas e mísseis persiste

Júlio Cirne
Júlio Cirne
Publicado em 09/07/2015 às 20:18
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O Irã e seis grande potências mundiais estavam perto de fechar uma acordo histórico nesta quinta-feira capaz de resolver uma disputa que já dura 12 anos sobre o programa nuclear iraniano, mas ainda havia impasse sobre comércio de armas e mísseis. Reunidos em Viena, na Áustria, negociadores correm contra o tempo para se chegar a um consenso antes que o prazo final vença nesta sexta-feira.

Se um entendimento final não for alcançado até amanhã, o Congresso americano irá duplicar o tempo que leva para analisar um acordo. Isso vai atrasar o levantamento das sanções americanas, uma questão-chave nas negociações.

Nas duas últimas semanas, Irã e as potências do P5+1 (EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha) estenderam duas vezes o prazo para alcançar um acordo no qual Teerã frearia suas atividades nucleares por mais de uma década em troca do alívio de sanções econômicas.

A TV estatal iraniana afirmou que as conversas podem ser estendidas até 13 de julho. Uma autoridade ocidental, no entanto, negou a informação.

O secretário de Energia do Estados Unidos, Ernest Moniz, e o chefe nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi, se encontraram na manhã desta quinta-feira. Salehi indicou a repórteres que hoje poderia ser o último dia. Moniz, porém, afirmou que as últimas questões ainda estão sendo resolvidas. Na mesma linha, um diplomata sênior ocidental disse que era muito duvidoso que as conversas terminassem nesta quinta-feira.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, vêm se reunindo diariamente nas últimas semanas para superar os obstáculos nas negociações.

Os americanos se mantiveram firmes na posição de que o embargo à venda de armas imposto pela ONU não será levantado, uma postura da qual a Rússia discorda e é, para os iranianos, o principal entrave.

Países ocidentais acusam o Irã de tentar produzir armas nucleares, enquanto Teerã argumenta que seu programa é pacífico. Um acordo iria depender da aceitação iraniana de conter seu programa nuclear em troca de alívio das sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), Estados Unidos e União Europeia (UE).

Alcançar um acordo seria o marco mais importante em décadas no sentido de aliviar a hostilidade entre os Estados Unidos e o Irã, inimigos desde que revolucionários iranianos capturaram 52 reféns na embaixada dos EUA em Teerã, em 1979. Essa é uma iniciativa importante, tanto para o governo do presidente Barack Obama, como para o pragmático presidente do Irã, Hassan Rouhani.

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