Taxistas protestam contra o aplicativo UberPOP. Seus motoristas, particulares, não pagam taxas ou impostos e também não tiveram a formação necessária Foto: AFP
"Os motoristas decidiram manter a mobilização, já que nada foi obtido, apenas coisas que regulamentam o trabalho", disse à rádio RMC Khalid, um taxista parisiense membro de uma delegação intersindical que foi recebida na noite de quinta-feira pelo ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.
"Principalmente, nossa reivindicação é um combate aos VTC (veículos de transporte com motorista). Nossa mensagem como motoristas não foi transmitida por nossos sindicatos", acrescentou.
Suas declarações foram aplaudidas pelos taxistas presentes nesta sexta-feira em Porte Maillot, o acesso a Paris pelo oeste, fortemente vigiado pelas forças de segurança.
No entanto, várias organizações de taxistas convocaram seus membros a voltar ao trabalho a partir da manhã desta sexta-feira, considerando ter obtido garantias suficientes das autoridades.
Ao contrário do que ocorre com o serviço UberPOP, considerado ilegal pelo governo, os VTC são reconhecidos oficialmente na França.
O bairro de Porte Maillot viveu na quinta-feira incidentes violentos, enquanto alguns taxistas incendiaram dois VTC, provocando a intervenção das forças de ordem.
Em Paris, foi levantado o bloqueio ante as estações de trem, enquanto nos aeroportos de Orly e Roissy o tráfego voltou ao normal.
O presidente François Hollande e o governo reafirmaram na quinta-feira sua vontade de fechar o UberPop, após um dia de protestos no qual quase 3.000 táxis bloquearam estações e aeroportos de toda a França para denunciar a concorrência selvagem do aplicativo.
O aplicativo UberPOP do grupo americano Uber diz ter 400.000 usuários na França. Seus motoristas, particulares, não pagam taxas ou impostos e também não tiveram a formação necessária.