Um agente das Nações Unidas (ONU) disse que a situação no campo de refugiados palestinos de Yarmouk, na Síria, é "mais que desumana". O cotidiano do campo, localizado a poucos quilômetros da capital Damasco, é marcado por confrontos e bombardeios desde que foi tomado por milicianos do Estado Islâmico na semana passada.
O porta-voz da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos, Chris Gunness, disse à Associated Press no domingo (5) que agentes humanitários não foram capazes de enviar mantimentos para o campo desde que os confrontos começaram.
"Isso significa que não há comida nem água e que há pouquíssimos medicamentos no campo", disse. "A situação no campo é mais que desumana. As pessoas se escondem em suas casas, há batalhas nas ruas. Há relatos de bombardeios. Isso deve acabar e civis devem ser evacuados".
Milicianos atacaram o campo de Yarmouk na quarta-feira (1º), marcando o seu maior avanço em direção a Damasco. Desde então, grupos rivais e forças do regime sírio vêm atacando o campo a fim de conter o radicais.
Forças estatais lançaram diversos barris de explosivos no campo desde o domingo, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Segundo Saeb Erekat, do comitê executivo da OLP (Organização pela Libertação da Palestina)), há "relatos de sequestros, decapitações e mortes em massa em Yarmouk".
Cerca de 90 civis foram evacuados do campo no domingo, segundo a ONU. É possível que outras centenas de pessoas tenham escapado no final de semana. No entanto, ainda há 18 mil pessoas em Yarmouk.