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Grécia corre contra o tempo para apresentar reformas após acordo com Eurozona

Júlio Cirne
Júlio Cirne
Publicado em 21/02/2015 às 14:27
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O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, tem agora que aproveitar a estreita margem de manobra permitida pelo compromisso / Foto: Reuters

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, tem agora que aproveitar a estreita margem de manobra permitida pelo compromisso Foto: Reuters

O governo grego trabalha para apresentar, em um prazo de 48 horas, as reformas necessárias para ratificar o acordo de financiamento alcançado com a Eurozona e preservar algumas das promessas eleitorais que o levou ao poder. 

A Grécia espera ter assegurado na sexta-feira a sobrevivência orçamentária, depois de obter quatro meses adicionais de financiamento, após três rodadas de negociações com os sócios europeus, que exigiram condições severas para o acordo. O governo de esquerda do primeiro-ministro Alexis Tsipras tem agora que aproveitar a estreita margem de manobra permitida pelo compromisso. 

Ele tentará isto com o catálogo de reformas que os credores, conhecidos agora como "instituições" e não "troika" (UE, Banco Central Europeu e FMI), exigem que apresente até a segunda-feira à noite para concluir o acordo de financiamento. 

Em um discurso neste sábado, Tsipras celebrou um acordo que "deixa para trás a austeridade, o memorando, a troika", mas reconheceu que o país enfrenta um futuro complicado. "Ganhamos a batalha, mas não a guerra. As dificuldades reais estão diante de nós", afirmou o premier.

"Caso rejeitem as propostas gregas, teremos um problema (...) e o acordo estará morto, mas não será o caso", declarou algumas horas antes o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, em Bruxelas.  Os outros 18 ministros das Finanças da Eurozona estudarão a lista de reformas na terça-feira, em uma reunião por telefone do Eurogrupo. 

O presidente francês, François Hollande, afirmou neste sábado que o acordo é um "bom compromisso". De acordo com Varoufakis, Atenas deveria acabar com algumas medidas que eram solicitadas pelos credores para fechar a ampliação do resgate, que terminaria em 28 de fevereiro. Atenas não terá que aumentar o IVA, nem cortar as pensões ou seguir adiante com a flexibilização do mercado de trabalho. 

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