Acidente

Polícia nega que dólares falsos desencadearam tragédia de Ano Novo em Xangai

Amanda Duarte
Amanda Duarte
Publicado em 02/01/2015 às 9:56
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Acidente é a maior tragédia da capital econômica chinesa desde o incêndio de um arranha-céu em 2010, com um saldo de 58 mortos / Foto: AFP

Acidente é a maior tragédia da capital econômica chinesa desde o incêndio de um arranha-céu em 2010, com um saldo de 58 mortos Foto: AFP

Homenagens espontâneas às vítimas, em sua maioria mulheres jovens, dos festejos de Ano Novo em Xangai foram prestadas nessa sexta-feira. A polícia descartou a hipótese de que dólares falsos jogados pela janela tenham desencadeado a tragédia.

Centenas de pessoas se concentraram nesta sexta-feira (2) de manhã no Bund, o famoso bulevar histórico em que a festa se converteu em caos e tragédia na quarta-feira à noite, pouco antes da virada para 2015, deixando 36 mortos. As pessoas depositaram flores em um lugar especialmente previsto pelas autoridades, em memória às vítimas que morreram pisoteadas em uma avalanche humana fatal.

O acidente também deixou 47 feridos, se transformando na maior tragédia da capital econômica chinesa desde o incêndio de um arranha-céu em 2010, com um saldo de 58 mortos. A polícia chinesa desmentiu que a confusão tenha sido provocada por dólares falsos jogados da janela de um edifício do Bund.

A agência de notícias oficial China Nova informou na quinta-feira que, segundo o relato de uma testemunha, cupons parecidos com dólares haviam sido jogados de uma janela do terceiro andar e que os pedestres correram para pegá-los, provocando a avalanche humana. Na verdade, foram jogadas filipetas promocionais de uma casa noturna da região, mas a dezenas de metros de onde ocorreu a tragédia e 12 minutos depois, segundo informou a polícia. 

Chen Xiaohang, uma estudante universitária, foi até o local prestar sua homenagem à irmã de uma colega de estudos que morreu no acidente. Ela carregava um buquê de crisântemos brancos, que é a cor do luto na China. "Tudo isso me causa muita dor. Eu espero que no futuro o governo aja para que esses eventos tenham uma maior segurança", desabafou à AFP. "É ao governo de Xangai que se deve atribuir a responsabilidade pelo o que aconteceu. A maioria das jovens vítimas provavelmente eram filhos únicos em suas famílias", criticou Xu Jianzhong, um motorista de táxi, referindo-se à política de controle de la natalidade vigente na China.

Segundo uma lista publicada nesta sexta-feira, 32 pessoas foram identificadas sobre entre as 36 vítimas. A pessoa mais jovem era um menino de 12 anos, e o mais velho 37. No total, 28 pessoas tinham 25 anos ou menos e 21 eram do sexo feminino.

MEDO DE INCIDENTES - O presidente chinês, Xi Jinping, pediu uma investigação imediata sobre as causas da tragédia, segundo a Xinhua. A televisão transmitiu o discurso de Ano Novo do presidente, que foi repetido várias vezes, dando apenas uma breve cobertura da tragédia. Na China as grandes concentrações são muito vigiadas porque não é a primeira vez em que pessoas morrem em tumultos deste tipo.

No ano passado, 14 pessoas, entre elas várias crianças, morreram e outras 10 ficaram feridas em um tumulto quando distribuíam comida em uma mesquita da região de Ningxia. Também no ano passado, seis estudantes morreram em uma escola primária da cidade de Kunming, no sudeste do país, depois que uma escada ficou bloqueada acidentalmente.

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