Ottawa

Tiroteio no Canadá: atirador e soldado mortos; cerco continua

Renata Dorta
Renata Dorta
Publicado em 22/10/2014 às 15:02
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Soldado chegou a ser  socorrido, mas não resistiu.  / Foto: AFP

Soldado chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Foto: AFP

A polícia canadense matou nesta quarta-feira (22) um atirador no Parlamento em Ottawa e segue em busca de ao menos dois outros indivíduos armados, enquanto um soldado ferido nas proximidades do edifício não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital.

Uma extensa área ao redor do Parlamento de Ottawa foi isolada pela polícia depois que ao menos um homem armado com uma escopeta, segundo testemunhas, disparou contra um soldado que fazia a guarda externa do edifício em frente a um monumento.

O soldado foi levado em estado grave a um hospital onde faleceu, segundo o ministro do Trabalho canadense, Jason Kenney.

Rapidamente, dezenas de agentes da segurança se dirigiram aos locais onde disparos haviam sido relatados: no monumento, no Parlamento e nos arredores de um centro comercial.

Segundo policias, o ataque foi realizado por ao menos três atiradores.

De acordo com várias testemunhas, os atiradores dispararam primeiramente contra o soldado e, em seguida, se dirigiram com um veículo oficial às portas do Parlamento, um espaço reservado a veículos autorizados e da polícia.

Os atacantes teriam, então, invadido o prédio principal, que abriga deputados e senadores.

Um pouco mais tarde, houve uma grande detonação, seguida de um tiro disparado pela polícia, de acordo com as imagens feitas por um jornalista do Globe and Mail que estava no local.

"Um homem entrou correndo no Parlamento. Ele foi perseguido por policiais armados com fuzis que gritavam para que todos se protegessem", relatou Marc-André Viau, um funcionário do Parlamento que estima ter escutado "cerca de vinte disparos de arma automática".

ALERTA TERRORISTA - O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, que se encontrava no Parlamento no momento do tiroteio foi retirado em segurança do local, segundo indicou em seu Twitter seu porta-voz, Jason McDonald.

Por sua vez, os líderes da oposição, Thomas Mulcair do NPD (esquerda) e Justin Trudeau, do Partido Liberal, foram levados para locais seguros.

Os habitantes do centro de Ottawa foram instruídos a ficar longe das janelas, pois, de acordo com a Gendarmerie Real (Polícia Federal) do Canadá, um dos agressores estaria "provavelmente" no telhado do Parlamento.

Atiradores de elite foram vistos nos telhados próximos, especialmente no Museu de Belas Artes.

As bases militares foram fechadas e os soldados foram obrigadas a permanecer reclusos sem uniforme, segundo a imprensa.

As autoridades já haviam aumentado na terça-feira o nível de alerta terrorista de baixo para médio, pela primeira vez desde 2010.

Além disso, as forças aéreas do país e dos Estados Unidos foram colocadas em estado de alerta para "ser capazes de responder rapidamente" a qualquer incidente que possa ocorrer no espaço aéreo, segundo um funcionário americano que pediu anonimato.

Este incidente acontece dois dias depois de um homem ser morto após atropelar dois soldados canadenses em um supermercado 40 km ao sudeste de Montreal, segundo a polícia, que informou que o agressor tinha contatos com grupos extremistas.

O rapaz lançou seu carro contra os militares no estacionamento de um supermercado na cidade de Saint-Jean sur Richilieu, em Québec. Ele fugiu em seguida.

Alguns quilômetros adiante, o agressor perdeu o controle do veículo e caiu em uma vala. O incidente aconteceu antes do meio-dia (horário local).

Uma testemunha contou que o motorista levava uma faca e ameaçou os policiais antes de sair do carro. Os agentes atiraram várias vezes no suspeito, que morreu.

O indivíduo, de 25 anos, tinha antecedentes e, segundo um boletim de Inteligência, estava em contato com grupos radicais.

Em um comunicado, a polícia relatou que o suspeito foi alvo de investigação das "autoridades federais, incluindo nossa equipe de Investigações de Segurança Nacional Integrada em Montreal".

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