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Bento XVI inspirou o sínodo sobre a família

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 22/10/2014 às 9:51
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O Papa emérito, teológico de perfil conservador, se recusa a ser usado contra o seu sucessor argentino eleito em março de 2013. / Foto: AFP

O Papa emérito, teológico de perfil conservador, se recusa a ser usado contra o seu sucessor argentino eleito em março de 2013. Foto: AFP

O relator especial do Sínodo sobre a Família, o arcebispo Bruno Forte, assegurou nesta quarta-feira que a vontade de colocar claramente questões difíceis sobre a mesa responde à vontade e aos ensinamentos de Bento XVI.

"A escolha de fundo de enfrentar honestamente os desafios e problemas da família atualmente corresponde ao que ele queria de forma decisiva durante os oito anos do seu pontificado", escreveu Forte em uma coluna do Osservatore Romano, o jornal do Vaticano.

"Alguns temas do sínodo foram diretamente inspirados pelo seu magistério, como a atenção à importância da fé do casal durante a celebração do casamento", continuou o arcebispo Forte, que surpreendeu ao falar abertamente sobre as uniões consensuais e homossexuais.

Segundo Forte, o Papa emérito "inspirou e acompanhou os trabalhos do Sínodo". Este arcebispo italiano foi alvo de críticas por parte de participantes conservadores do Sínodo que atribuíram a ele as passagens mais ousadas do relatório preliminar, que mais tarde foi extensivamente revisado.

A coluna de Forte no L'Osservatore Romano parece ser uma tentativa de legitimar o último sínodo, ao inscrevê-lo na linha dos pontificados anteriores, analisa a agência especializada Mídia I.

De acordo com o Repubblica, o Papa emérito alemão, aposentado no Vaticano, se recusou a responder a chamadas de cardeais conservadores que procuram o seu apoio contra as aberturas dos bispos liberais.

Segundo o jornal italiano, ele respondeu aos cardeais que o procuraram particularmente: "Eu não sou o Papa, não me procurem". E ele enviou uma mensagem ao Papa argentino para lhe oferecer sua ajuda teológica. "Quando Bento fala, é sempre para apoiar Francisco", relatam observadores citados pelo jornal.

O Papa emérito, teológico de perfil conservador, se recusa a ser usado contra o seu sucessor argentino eleito em março de 2013.

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