Terrorismo

EUA: líderes do Congresso pedem ação contra militantes Estado Islâmico

Renata Dorta
Renata Dorta
Publicado em 31/08/2014 às 17:23
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Os líderes dos comitês de inteligência da Câmara e do Senado incitaram o presidente dos EUA, Barack Obama, a tomar ações decisivas contra o que chamam de ameaças crescentes dos militantes do Estado Islâmico em solo norte-americano. Os congressistas, um republicano e um democrata, fazem pressão bipartidária para que a Casa Branca responda ao avanço dos combatentes do Estado Islâmico, que já tomaram o controle de diversas cidades na Síria e no Iraque.

De acordo com os representantes, os insurgentes agora vão mirar em alvos dos Estados Unidos e da Europa Ocidental. Mesmo sem oferecer nenhum detalhe sobre essas ameaças ou sugerir como confrontá-las, os políticos disseram que Obama precisa desenvolver logo uma estratégia inclusiva para derrotar os combatentes do grupo extremista.

"A política externa dele é uma queda livre absoluta", criticou o deputado Mike Rogers, um republicano de Michigan que lidera o Comitê de Inteligência da Câmara. Em outra entrevista, a senadora Dianne Feinstein, democrata californiana que lidera o Painel de Inteligência do Senado, disse que Obama é talvez "muito cauteloso" em sua abordagem no combate contra o Estado Islâmico. "Este é um grupo de pessoas que são extremamente perigosas", afirmou Feinstein. "E elas matarão sem remorsos."

Os dois congressistas, que têm acesso a alguns dos segredos mais sensíveis dos EUA e recebem relatórios regulares e detalhados das agências de espionagem norte-americanas, fizeram previsões terríveis de um ataque contra Estados Unidos ou seus parceiros europeus se os militantes não forem confrontados.

"Eles têm anunciado que não pretendem parar", disse Feinstein. "Eles anunciaram que vão vir atrás de nós se puderem, que eles podem, eu cito, 'derramar nosso sangue'."

A ameaça, afirma Rogers, pode incluir norte-americanos que treinaram com combatentes do Estado Islâmico. Ele disse existirem centenas de norte-americanos treinados pelo grupo extremista que podem voltar aos EUA com seus passaportes. "Eu estou muito preocupado porque nós não conhecemos todas as pessoas com passaportes que foram, treinaram e aprenderam a lutar", ele lembrou.

Segundo Rogers, as agências de inteligência dos Estados Unidos rastreavam os norte-americanos que viajaram para a região da fronteira entre o Iraque e a Síria. Essas pessoas, ele acrescentou, deveriam ser indiciadas pelas leis existentes que proíbem cidadãos do país de apoiarem terroristas. O próximo objetivo do grupo é um ataque a nações ocidentais, alertou Rogers. "O Estado Islâmico gostaria de ter um ataque contra o Ocidente para darem continuidade à ideia de que são o principal grupo jihadista no mundo", ele disse.

O principal democrata em seu comitê de inteligência, o deputado Charles Albert "Dutch" Ruppersberger, de Maryland, é mais cético quanto à possibilidade de um ataque do Estado Islâmico nos Estados Unidos. Ele disse que precisaria ter mais informações antes de julgar se o grupo planeja cometer ataques terroristas no país em breve. "É extremamente urgente, mas não queremos nos precipitarmos", ele afirmou.

Obama disse na quinta-feira que não tinha ainda uma estratégia para lidar com o Estado Islâmico, um comentário que recebeu criticas tanto de Republicanos como de Democratas. Feinstein falou ao programa Meet the Press, da rede de televisão NBC. Rogers apareceu no Fox News Sunday, noticiário dominical da Fox. Ruppersberger deu entrevista no State of the Union, programa do canal de notícias CNN.

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