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Carlos, o Chacal é condenado à prisão perpétua por atentados na França

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Publicado em 15/12/2011 às 20:20
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O venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como "Carlos, o Chacal", foi condenado nesta quinta-feira (15) por um tribunal especial de Paris à prisão perpétua, por quatro atentados cometidos na França nos anos 80, que deixaram 11 mortos e 150 feridos.

O tribunal atribuiu ao réu a pena exata solicitada pela promotoria, que inclui ainda 18 anos de prisão obrigatória diante de uma eventual remissão.

A advogada Isabelle Coutant-Peyre, que defendeu "Carlos", já anunciou que vai apelar da decisão: "é um escândalo, não houve progressos na independência da justiça" francesa desde o regime colaboracionista de Vichy.

O tribunal especial também condenou à prisão perpétua dois colaboradores de "Carlos": o alemão Johannes Weinrich, ex-braço direito do venezuelano, que já cumpre perpétua na Alemanha por atentado cometido em 1983, e o palestino Ali Kamal Al Issawi, foragido.

A alemã Christa Frohlich, também julgada pelos quatro atentados, foi absolvida.

Segundo a promotoria, os quatro atentados realizados na França no início dos anos 80 visavam à libertação da companheira de "Carlos", a alemã Magdalena Kopp, e do suíço Bruno Breguet, ambos membros do grupo terrorista do venezuelano, detidos em Paris em fevereiro de 1982.

Os ataques ocorreram em 29 de março de 1982, com uma bomba no trem Paris-Toulouse; em 22 de abril, com a explosão de um carro-bomba na rua Marbeuf em Paris; em 31 de dezembro de 1983, com outra bomba na estação Saint-Charles de Marselha, e finalmente contra o trem Marselha-Paris.

Ilich Ramirez já cumpre prisão perpétua, desde 1997, pelo assasinato de dois policiais franceses e de um informante.

Durante o último julgamento, o governo venezuelano deu apoio legal, diplomático e logístico a Ilich Ramírez, e o presidente Hugo Chávez afirmou que "Carlos" foi um "digno continuador das grandes lutas pelos povos".

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