Olinda

Acusada de canibalismo deverá confessar crime em júri

Amanda Miranda
Amanda Miranda
Publicado em 12/11/2014 às 18:48
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Ré no caso do "trio de canibais de Garanhuns", Bruna Cristina Oliveira da Silva, 28 anos, deverá falar sobre a morte da primeira vítima dos acusados, a moradora de rua Jéssica Camila Pereira da Silva, em 2008, no júri popular que começará nesta quinta-feira (14), no Fórum de Olinda, na Grande Recife. É o que adianta Rômulo Lyra, um dos quatro advogados que a defenderão no julgamento.

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Segundo o advogado, a estratégia usada na defesa será definida no momento do júri, de acordo com os interrogatórios dos outros réus, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 52, e Isabel Cristina Torreão Pires, 53. "A primeira tese é de atenuação da pena, já que Bruna teve menor participação no crime", afirma. Para a defesa de Bruna, o fato de Isabel ser apontada pela polícia como a responsável por atrair a vítima e Jorge ser acusado de executá-la torna a sua atuação menos importante.

Jorge, Isabel e Bruna são acusados de homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, uso de meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e assegurar a impunidade de outros crimes), além de vilipêndio (agressão ao cadáver) e ocultação do corpo.

Em relação ao crime de falsificação ideológica, pelo qual Bruna também é acusada, por ter se passado por Jéssica desde 2008, ano do assassinato, até 2012, quando foram presos, diz: "Ela foi forçada a isso e, inclusive, foi ameaçada".

A defesa adianta ainda que Bruna contará em juízo a sua versão desde conhecer Jorge, como seu professor de artes marciais em uma academia em Natal (RN), até serem presos, em Garanhuns, em abril de 2012. "Bruna se apaixonou por Jorge e não sabia que ele era casado com Isabel, só descobriu quando chegaram a Olinda. Ela tem muito o que dizer", afirma. Embora tenham admitido os assassinatos à Polícia Civil, Bruna e os outros acusados usaram o direito de ficar calados nas audiências de instrução.

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