Brutalidade

Um ano após assassinato de Maria Alice, irmã desabafa: Essa ferida não se fechará jamais

Inês Calado
Inês Calado
Publicado em 19/06/2016 às 16:16
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Exatamente um ano após o assassinato de Maria Alice Seabra, que chocou Pernambuco pela brutalidade, a irmã da jovem, Maria Angélica Amorim, desabafou sobre o caso / Foto: Facebook

Exatamente um ano após o assassinato de Maria Alice Seabra, que chocou Pernambuco pela brutalidade, a irmã da jovem, Maria Angélica Amorim, desabafou sobre o caso Foto: Facebook

Exatamente um ano após o assassinato de Maria Alice Seabra, que chocou Pernambuco pela brutalidade, a irmã da jovem, Maria Angélica Amorim, desabafou no Facebook sobre o caso. A adolescente, então com 19 anos, foi estuprada e morta pelo padrasto Gildo da Silva Xavier, de 35 anos, que descartou o corpo em um canavial do Engenho Burro Velho, em Itapissuma, no Grande Recife.

O pedreiro Gildo alegou sentir atração sexual por Maria Alice e estava enciumado por ela ter feito uma tatuagem no braço em homenagem ao pai biológico, já falecido. O julgamento do crime deve acontecer até o final deste ano.

A mãe de Maria Alice, Maria José Arruda, hoje sobrevive de doações de amigos e conta que as únicas companhias diárias são a filha mais nova, de 11 anos, e o cachorro Cid. "Quando tem faxina pra fazer, eu pego", conta Dedé, como é conhecida. De acordo com ela, a filha mais nova, filha de Gildo, pensa até em retirar o sobrenome do pai. "Minha dor foi grande, mas acredito a dela foi maior: ela perdeu o pai e a irmã. Hoje ela diz que não tem pai. Fala que a gente convivia com um monstro e não sabia", conta.

O júri será realizado em Itapissuma, onde ocorreu o assassinato. O juiz titular da comarca, Romero Aquino, explica que já queria ter colocado o caso em pauta, mas encontra dificuldades para ouvir todas as testemunhas. "As testemunhas são de outras cidades - Recife e municípios do interior, como Paudalho, Gravatá e Bom Jardim. É preciso que elas sejam ouvidas nas respectivas comarcas, por meio de cartas precatórias. Isso atrasa o processo", explica. Ainda de acordo com Aquino, faltam apenas duas precatórias serem expedidas para o caso.

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