Para animais que apresentam reações extremas, é recomendável o uso de medicamento prescrito pelo veterinário Foto: Marília Banholzer/NE10
Pitucha era da raça basset e já estava com a família de Felipe há 15 anos. "Ela fugiu no São João do ano passado. Saímos de casa e a deixamos dentro da sua casinha, no quintal. Pitucha ficou tão desesperada com o barulho dos fogos que conseguiu passar pela grade", conta Felipe Melo, que mora em Sítio Novo, em Olinda. Apesar de fazer várias buscas na redondeza, ele não conseguiu encontrar sua cadela. Há seis meses, Felipe resolveu adotar duas cachorrinhas vira-lata, Mel e Bela. "Com medo de perdê-las, já coloquei tela na casinha", afirma.
Cláudia procura ficar perto do seu cão MailonFoto: cortesia
O veterinário Ricardo Rafael Cavalvanti, da clínica Centervet, explica que os animais sofrem com o barulho dos fogos porque têm o sentido da audição muito mais sensível do que o homem. A frequência do som detectada pelo homem vai de 16 Hertz a 20.000; já a do cão, de 10 Hertz a 40.000.
Segundo o veterinário, além do barulho, o medo pode ser provocado por outros fatores. “Recomendo sempre aos donos que, na virada do ano, deixem o animal em um lugar que ele já conheça e se sinta confortável. Apagar a luz pode ajudar a acalmá-lo”, disse.
Nos casos de animais que apresentam reações extremas, Ricardo Rafael orienta o uso do medicamento acepromazina ou acetilpromazina – tranquilizante específico para cães e gatos. “A dosagem é de uma gota do medicamento para cada quilo do animal, e deve ser feita uma hora antes da virada do ano (ou seja, das explosões dos fogos), por volta das 23h. Mas vale ressaltar que o uso deve ser prescrito pelo veterinário. É necessário um exame clínico no animal para saber se ele pode tomar a medicação. As contra-indicações são poucas, mas para animais com graves problemas cardíacos, por exemplo, não é recomendado o uso da acepromazina”, ressalta.