Insegurança

Falso pipoqueiro segue atuando na Agamenon Magalhães

MARÍLIA BANHOLZER
MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 22/04/2015 às 22:04
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Assaltos costumam acontecer no horário de pico, à noite, com trânsito engarrafado / Foto: Acervo JC Imagem

Assaltos costumam acontecer no horário de pico, à noite, com trânsito engarrafado Foto: Acervo JC Imagem

Poucas horas depois do sexto suspeito de realizar assaltos na Avenida Agamenon Magalhães, área central do Recife, passando-se por vendedor de pipocas ser detido, mais um motorista foi surpreendido pela ação criminosa. Por das 19h desta desta quarta-feira, a jornalista Manuela Reis trafegava nas proximidades do Fórum Joana Bezerra quando foi abordada por um rapaz portando uma arma de fogo. Ela voltava do trabalho, no Pina, e seguia no trânsito engarrafado em direção à Torre quando um garoto bateu no vidro do carro mostrando o revólver.

Ao ouvir a ameaça "passa tudo", e nervosa com a ação criminosa, a vítima desceu do veículo para que o criminoso levasse o carro com todos os pertences. No entanto, o assaltante ficou assustado com a reação da jornalista e fugiu correndo sem levar nada. "Até havia uma viatura por perto mas eles estavam tão afastados e encostados no carro que eu não ia me expor de ir até eles depois do que aconteceu", ressaltou Manuela Reis.

Para Manuela, os recorrentes assaltos na Avenida Agamenon Magalhães, cometidos pelos supostos vendedores de pipoca, são reflexo da falta de políticas públicas que atendam este grupo da população, incluindo outras ocupações como flanelinhas. "Eu fico indignada, mas não no sentido de recolher essas pessoas das ruas. É a falta de um programa específico que atenda vendedores de pipoca, flanelinhas. É uma falta de respeito dos governos", reclamou a vítima.

Ainda de acordo com Manuela, o perfil do assaltante era o mesmo anunciado em reportagens que há meses alertam para o problema: "Ele era jovem, tanto que eu acho que ele não levou o carro porque não sabia dirigir. Percebi que ele vinha olhando pra dentro do meu carro para ver se eu estava sozinha pra poder assaltar", relembra ela que chegou a ligar para o telefone 190 para denunciar o caso, mas não procurou uma delegacia para fazer um boletim de ocorrência.

Segundo a Polícia Militar de Pernambuco, desde a última semana houve o reforço do policiamento na área, mas números não foram divulgados sob a justificativa de se tratar de uma informação de segurança pública. Teriam sido disponibilizados mais policiais em motocicletas para facilitar o trânsito dos agentes no tráfego congestionado. O reforço acontece no horário de pico, por volta das 18h.

Também no início da noite desta quarta, um adolescente de 17 anos foi apreendido na comunidade do Coque. A captura foi realizada por policiais militares do 16º BPM. Este é o sexto adolescente apreendido pela PM na localidade em menos de dez dias. Todos estariam realizando assaltos, disfarçando-se de vendedores de pipoca. No dia 15, um adolescente foi flagrado com uma arma falsa e o aparelho celular de uma vítima. Na última sexta-feira, a polícia capturou outros quatro jovens, todos reconhecidos pelas vítimas.

Em novembro do ano passado uma onda de assaltos realizados por falsos pipoqueiros assustou quem precisa passar diariamente pela Agamenon Magalhães. As vítimas relataram que os bandidos abordavam principalmente mulheres e preferiam agir em horários de pico, quando os veículos passam pela via em velocidade reduzida.

Sobre o policiamento no local, a PM informou que o 16º BPM tem uma viatura fixa na avenida, nas imediações do banco Itaú. Uma viatura da Patrulha do Bairro e um trio de motopatrulhamento também faz rondas quando há engarrafamentos, diz a polícia. Uma viatura do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) também dá suporte às comunidades do Coque e Coelhos.

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