Combate às larvas do Aedes Aegypti ainda é a melhor forma de prevenção da dengue Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
A "falta" de alguns sintomas clássicos tem confundido profissionais e deixado pacientes em dúvida com a melhor forma de tratar a suposta nova virose. "Na verdade não há um consenso entre os médicos. Mas acredito que seja tudo dengue. Os vírus são mutantes e a população também, por isso, a doença não se manifesta da mesma forma em todos", avaliou Vicente Vaz. O médico alerta ainda que na nova apresentação da dengue, as pintinhas vermelhas aparecem logo no início do mal-estar. Antes, as manchas só eram registradas a partir do quinto dia da doença.
Para o infectologista, um dos principais fatores que o faz acreditar na reformulação da dengue ao invés de uma nova virose é o período de incidência da doença. "Os casos começaram a surgir em grande número após um período das chuvas, além de Pernambuco estar atravessando um novo surto de dengue, uma verdadeira epidemia. Tenho uma colega pediatra que está doente e me ligou para confirmar se está mesmo com dengue porque não desenvolveu todos os sintomas. Eu estou tratando dela como paciente de dengue mesmo", ressaltou Vicente Vaz.
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Ainda segundo a Secretaria de Saúde, a orientação repassada aos médicos é de que qualquer pessoa que apareça com dois ou mais sintomas da dengue deve ser registrado e tratado como paciente de dengue. Orientações do Ministério da Saúde exigem que, em tempos de epidemia, exames laboratoriais devem ser feitos em 20% da população como forma de amostragem dos casos registrados. Os exames devem ser feitos entre os primeiros cinco e dez dias da doença.
Manchas vermelhas são os primeiros sintomas da "nova dengue"Foto: NE10
A gerente-geral da Secretaria de Saúde do Recife também pede a colaboração da população no combate aos focos do Aedes Aegypti. "Desde o ano passado que temos intensificado a visita domiciliar para identificar os focos, mas nós apelamos para que as pessoas nos deixem entrar nas casas, pois em 90% dos casos o foco do mosquito é intra domiciliar", informou Zelma Pessoa. O uso dos chamados fumacês foi suspenso pois o inseticida era nocivo ao ambiente e causava contaminação do ar, afetando plantas e causava crises de asma, por exemplo.