Boias, pipas e piscinas invadem as praias da Grande Recife

Pais e crianças não procuram as praias no verão apenas para banhos de mar. Na areia, os pequenos são atraídos pela oferta de boias, em vários tamanhos e formatos, e pelos vendedores ambulantes, que oferecem pipas coloridas. Para os pais, alugar piscinas infláveis parece ser uma boa opção: as crianças ficam seguras e se divertem ao alcance dos olhos adultos. E, em nome da segurança, há até quem leve barraca de camping para a orla.

O motoboy Hugo Cristóvão, 29 anos, prefere que o filho fique na piscina inflável do que no mar, principalmente se as águas estiverem agitadas. "Com ele aqui [na areia], eu posso ficar sentado nas cadeiras e também é mais seguro e confortável", comenta. Além de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, ele já utilizou o serviço em outras praias, como Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco.

Para a administradora Carolina Martins, 32, as crianças sentem falta de tomar banho no mar, mas os pais precisam avaliar se o mergulho vale a pena em dias de águas agitadas. "[Com as piscinas] nós evitamos o risco, mas as crianças se divertem mais no mar", conta. O preço é um dos fatores relevantes na hora de contratar o serviço, afirma Erica Marilac, 21. Os valores dependem do tamanho das piscinas: "As maiores custam R$ 20 por 1 hora, mas eu já aluguei uma pequena por R$ 15 durante 2 horas".

Na praia de Olinda, onde o mar é mais tranquilo, o público infantil aproveita as boias. Elas são espalhadas próximas ao mar e têm vários formatos: colchões, barcos e animais, como golfinhos. Weydson Thagori, 19, que trabalha alugando boias, confirma que são mais de 15 tipos e "sempre tem novidade". "O nosso foco são as crianças, então lucramos mais nas férias. Depois desse período, só nos finais de semana", diz. Thagori possui cerca de 70 boias, alugadas por R$ 5 durante meia hora e afirma que a procura é grande.

Jacinto Lins, 48, auxiliar administrativo, fica mais tranquilo em deixar a filha tomar banho desacompanhada se ela estiver com a boia. Para ajudar na diversão, ele leva uma barraca de camping desmontável para a praia, cheia de brinquedos. "Nós também podemos guardar coisas nela e como nada fica à mostra, nós sentimos mais segurança", ressalta ele, que mora em Orobó, no Agreste pernambucano, mas passa as férias em Olinda.

Colorindo o céu da praia no verão, as pipas também são uma opção de entretenimento. Assis, que não quis dar o sobrenome, vende na praia há mais de 10 anos. Ele prefere os dias de semana, que dão mais lucro porque a concorrência é menor. "Eu ensino o cliente a empinar e guardar a pipa; também dou uma sacola para levar ela para a casa. Se a pessoa cuidar bem, a pipa pode durar até 1 mês", explica.

A bancária Priscila Santos, 33, acha a brincadeira saudável e construtiva. "Para empinar a pipa, minha filha precisa prestar atenção no que ela está segurando, na direção do vento, no quanto de linha ela tem que soltar ou prender e isso tudo desenvolve o raciocínio lógico", ressalta. Enquanto olha a filha se divertindo com a pipa, a médica Hannah Jones, 28, finaliza: "Nós temos que aproveitar as nossas praias".

CUIDADOS AO EMPINAR PIPA - De acordo com informações do major Edson Marconi, no Corpo de Bombeiros, a prática de empinar pipa deve ser executada em local descampado, longe de fiação elétrica e fora de ruas onde aconteça o trânsito de veículos. É importante que a pessoa esteja calçada para evitar pisar em cacos de vidro ou outros objetos cortantes. Não se deve usar cerol em hipótese nenhuma, sob o risco de acidentes graves. Segundo Marconi, ao empinar pipa na praia é ideal que o praticante se preocupe com a exposição ao sol e use protetor solar, boné e camisa com proteção UV. Não é indicado empinar na água ou nos arrecifes, que são superfícies irregulares, onde a pessoa está sujeita a cair no mar. Ainda de acordo com o major, pipas que ficam presas em fios elétricos não devem ser retiradas, por oferecer risco de choque.

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