Saúde

Em alerta, Pernambuco tenta evitar surto da febre chikungunya

MARÍLIA BANHOLZER
MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 15/10/2014 às 18:08
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Secretaria de Saúde do Estado realizou uma capacitação com as vigilâncias dos municípios / Foto: Marília Banholzer/NE10

Secretaria de Saúde do Estado realizou uma capacitação com as vigilâncias dos municípios Foto: Marília Banholzer/NE10

Uma doença muito parecida com a dengue acendeu o alerta da Secretaria Estadual de Saúde (SES) para tentar evitar que Pernambuco seja alvo de um surto. A febre chikungunya é transmitida pelo mesmo mosquito que a dengue, o Aedes aegypti, e tem basicamente os mesmos sintomas, exceto pelas dores nas articulações que são mais fortes. Entre as ações para combater a proliferação da "nova" doença em território pernambucano está a intensificação das ações de combate ao vetor.

O primeiro passo foi dado nesta quarta-feira (15), quando a SES reuniu representantes das vigilâncias epidemiológicas e ambientais dos municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR), Zona da Mata e Agreste para orientar que cada cidade realize um levantamento do índice de infecção do mosquito e anunciou a antecipação dos trabalhos de campo contra os possíveis focos de proliferação do Aedes aegypti.



Embora ainda não ter registrado casos autóctones (com transmissão dentro do território) da febre chikungunya em Pernambuco, o Governo do Estado já notificou seis situações, sendo que uma foi confirmada e as outras cinco estão sob investigação. Segundo a diretora-geral de Controle de Doenças e Agravos da SES, Roselene Hans, no único caso confirmado até agora, o paciente foi infectado durante viagem à República Dominicana, voltou ao Estado onde a doença foi diagnosticada e agora está no Ceará, para onde se mudou. Os demais pacientes são duas pessoas que estavam em Feira de Santana, cidade baiana na qual já foram identificados casos de transmissão e outras duas que estavam na África.

Febre chikungunya é transmitida pelo Aedes aegypti

Febre chikungunya é transmitida pelo Aedes aegyptiFoto: acervo JC Imagem

“Pernambuco começou a realizar campanhas de alerta em todos os municípios com ações de levantamento de índice de infestação que seriam realizadas em novembro e que agora serão realizadas a partir da próxima semana”, explicou Roselene Hans. Ainda segundo a diretora de Controle de Doenças e Agravos da SES, é possível que até o fim deste ano mais pessoas possam ser identificadas com a doença. No Brasil, o Ministério da Saúde já confirmou 211 casos da doença, sendo 173 autóctones. Desses, 17 foram registrados no município do Oiapoque (AP) e 156 em Feira de Santana (BA). Sem vítimas fatais.

A DOENÇA -
A febre chikungunya recebeu esse nome pois "chikungunya" significa “aqueles que se dobram” no dialeto Makonde da Tanzânia, localidade onde seu vírus foi isolado pela primeira vez, em 1950. Apesar de pouco letal, a doença é muito limitante, pois o paciente tem dificuldade de movimentos e locomoção por causa das articulações inflamadas e doloridas, o que gera “andar curvado”.

Atualmente, o vírus CHIKV foi identificado em ilhas do Caribe e Guiana Francesa, país latino-americano que faz fronteira com o estado brasileiro do Amapá, onde já foram notificados os primeiros casos. A febre chikungunya está migrando e pode se alastrar pelo Nordeste brasileiro, onde os mosquitos Aedes aegypti tem todas as condições de espalhar o novo vírus.

 



RISCOS - A febre chikungunya pode afetar pessoas de todas as idades e ambos os sexos. Entretanto, os indivíduos com comorbidades (doenças subjacentes, como diabetes, hipertensão) são mais vulneráveis ao vírus e, consequentemente, podem sofrer mais com a evolução da doença, que pode matar. Como a transmissão acontece a partir do mesmo mosquito responsável pela dengue, em 2% dos casos foi registrado que o paciente foi infectado pelas duas doenças.

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