Mesmo com a aprovação da reforma da Previdência, a dívida pública vai se estabilizar em 80% do PIB Foto: Reprodução
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No Brasil, a dívida, comentou Franco, chegará a uma menor proporção do PIB, mas num País, em termos de riqueza privada, cinco vezes mais pobre do que os EUA. Citando estimativas de um estudo de 2005 feito pelo colega Fabio Giambiagi, ele destacou que a dívida saltaria para 270% do PIB se somado o pesado passivo previdenciário - entre 95% do PIB vindo das aposentadorias do funcionalismo público e outros 95% da previdência do setor privado (INSS).
"Acho que isso traz para nós uma dimensão de conflito distributivo intergeracional que o País jamais teve. Os meninos que estão nas escolas talvez estejam com a ideia errada do que deveriam protestar", disse Franco, numa provocação aos estudantes que ocupam escolas em protesto contra temas como a reforma do ensino e a proposta que limita os gastos públicos, a PEC 241. "Quem vai pagar a conta da Previdência são eles (...) E eles não sabem disso", acrescentou, mais tarde, já durante a sessão de perguntas do painel em que foi um dos debatedores.
Ao abordar os estragos da política econômica adotada durante o governo Dilma Rousseff, Franco elencou seis erros do que chamou de "furacão Dilma": "minicongelamento" de preços públicos para camuflar inflação; protecionismo, com intervenção excessiva no mercado de câmbio; política de financiamentos do BNDES a "campeões nacionais"; não cumprimento da meta de inflação; reversão do superávit primário; e escândalo de corrupção na Petrobras.
O ex-presidente do BC considerou que, embora o impacto financeiro tenha sido trágico, o prejuízo institucional causado pela gestão Dilma foi pequeno. "O problema foram as dúvidas em razão dessa imensa malversação e desse furacão."
Mais tarde, em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Franco considerou que as aposentadorias vão pressionar as demais despesas da União se a aprovação da PEC 241, agora no Senado, não for seguida pela reforma da Previdência, cuja tramitação ainda nem foi iniciada no Congresso.
"A própria lógica do teto é que haja uma espécie de competição de prioridades, como é saudável em toda democracia. E a prioridade previdenciária está um pouco exagerada da forma como está na Constituição. Talvez ela precise voltar a nível onde há espaço a outras demandas sociais", afirmou o economista.