No mercado futuro, o contrato de dólar para agosto terminou com alta de 0,21%, aos R$ 3,2680 Foto: Fotos Públicas
- Dólar sobe, mas fecha perto da mínima, com expectativa de fluxo positivo
- Dólar tem recuo moderado ante real, mas mostra força ante outras emergentes
- Taxas de juros têm viés de baixa, em sintonia com dólar e à espera de Copom
A moeda norte-americana abriu em queda de 0,18%, aos R$ 3,2514, ainda ecoando os relatórios de ontem do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Instituto Internacional de Finanças (IIF), que melhoraram a expectativa sobre a economia brasileira para 2017, disse Jefferson Rugik, diretor da Correparti. Com a venda integral de US$ 500 milhões em swap reverso (que equivale a uma compra de moeda pelo Banco Central) e o viés de alta do dólar no exterior, com discussões sobre alta de juros nos EUA, a moeda ante o real passou a subir e atingiu a máxima intraday, aos R$ 3,2627 (+0,17%), às 9h47.
Esse nível de preço atraiu vendas e as cotações cederam depois até uma mínima intraday de R$ 3,2392 (-0,55%) pouco depois do meio-dia. "Como o viés foi de alta do dólar no exterior, o mercado aproveitou o recuo de preço ao nível de R$ 3,23 pela manhã para comprar em meio à proximidade do término da reunião do Copom", disse o operador José Carlos Amado, da Spinelli Corretora.
Após a manhã instável, o dólar no mercado à vista passou a operar bem perto da estabilidade durante a tarde, de olho na decisão do Copom. "Os investidores preferiram segurar o capital até terem mais clareza sobre a maneira de atuar do BC, para decidir, depois, sobre uma posição no mercado", afirmou o diretor de operações da FN Capital, Paulo Figueiredo.
Para o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, a divisa norte-americana pode recuar amanhã, se o Copom mostrar um discurso mais duro sobre corte de juros. Esse enfraquecimento do dólar também poderá ser alimentado no caso de um resultado fraco do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15). De acordo com pesquisa do Broadcast Projeções, com 55 instituições, o IPCA-15 de julho deve registrar alta de 0,39% a 0,56%, com mediana de 0,45%.
Já na agenda internacional, o câmbio deve reagir à primeira decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), após os britânicos optarem por abandonar a União Europeia. Diante da expectativa de aumento de liquidez internacional, sustentada também por promessas no Japão, a perspectiva é de atração de recursos estrangeiros para a bolsa e a renda fixa do Brasil, de acordo com o operador da Spinelli. "A queda do risco Brasil tende a favorecer também novas captações de empresas no exterior", acrescentou.