Monteiro disse que dentro do Mercosul já foi alcançado um alto nível de entendimento, mas deixou transparecer que o bloco ainda tem divergência com os europeus em alguns pontos, em especial na área agrícola. Foto: Agência Senado
Monteiro disse que dentro do Mercosul já foi alcançado um alto nível de entendimento, mas deixou transparecer que o bloco ainda tem divergência com os europeus em alguns pontos, em especial na área agrícola. "Ainda não conhecemos os termos da oferta agrícola europeia, que é de grande interesse para o Mercosul, mas temos expectativa que tenha maior alcance que a oferta anterior, condição que é essencial para avançar nas negociações", afirmou.
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Críticas
Durante o evento, o ministro ouviu fortes críticas da professora Vera Thorstensen, diretora do Centro de Comércio Global e Investimento da FGV. Ela alertou que a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês) e a Parceria Transpacífico (TPP) são mortais para o Brasil. Segundo a pesquisadora, o Brasil não pode continuar tendo como prioridade nas suas relações comerciais a América Latina e a África. "Metade da América Latina já deu adeus ao Brasil ao entrar na Parceria Transpacífico", comentou.
Ela apresentou um estudo que aponta que, se o Brasil firmasse acordos comerciais com a Europa e os EUA, isso poderia adicionar 1,3 ponto porcentual do PIB, considerando o período de 2016 a 2030. Em relação à necessidade de promover esse tipo de acordo, Vera afirmou que o País precisa "casar com todo mundo", embora a situação atual não seja das melhores. "É preciso embelezar um pouco a noiva", cobrou do ministro.
Segundo ela, a culpa de o Mercosul ainda não ter fechado um acordo com a UE não é da oposição por parte da Argentina, como apontam alguns analistas. Segundo ela, a culpa é de parte do governo brasileiro e também do empresariado. "Os empresários brasileiros não querem mexer nas tarifas e as empresas europeias que estão instaladas aqui estão gostando muito da proteção que tiveram até agora", apontou.