Em outubro, a inflação oficial do país foi de 9,93% em 12 meses Foto: arquivo
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Em outubro, a inflação oficial do país foi de 9,93% em 12 meses. Metade dessa alta veio do custo de se morar (com alta da energia elétrica e taxa de água e esgoto) e de comer (com alta dos alimentos).
Pelos cálculos da LCA Consultores, a inflação mensal deve até desacelerar de outubro (0,82%) para novembro (0,66%). Mas isso será insuficiente para impedir que em 12 meses o índice acumule uma alta de 10,09%.
Segundo a consultoria, a energia elétrica residencial deve subiu 2,13% este mês, acelerando em relação aos 0,87% de outubro. O motivo é o reajuste de 16% na tarifa de energia da concessionária Light, no Rio.
"A inflação deve fechar o ano acima de 10% se o o governo aumentar o preço da CIDE dos combustíveis de R$ 0,10 para R$ 0,40. E nós acreditamos que isso deve ocorrer", disse Fabio Romão, economista da LCA.
Segundo Romão, o CIDE seria elevada no início de dezembro para compensar a dificuldade de recriar a CPMF, o imposto provisório considerado pelo governo como uma "ponte" do ajuste fiscal do país.
Marcel Caparoz, da RC Consultores, diz que novembro e dezembro são meses em que historicamente ocorre aceleração dos preços, como nas passagens aéreas, o que deve se repetir neste ano.
"Os combustíveis podem continuar sendo pressionados no mês pelo álcool", disse Caparoz, que prevê a inflação em 0,67% em novembro, acumulando 10,1% em 12 meses.
Para André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, o índice de inflação deve chegar a 10,03% em novembro. O índice deve permanecer nesse patamar até o fim do ano, apesar do menor impacto dos combustíveis.
Em relatório, o banco de investimentos Credit Suisse destaca que a alimentação em casa vai continuar pesando sobre o índice. A inflação desse grupo de produtos responde por 16% do IPCA e avançou 10,2% em 12 meses até outubro.