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Taxas futuras de juros têm alívio com defesa de Levy por Dilma

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 19/10/2015 às 11:28
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Os juros futuros abriram nesta segunda-feira (19) em alta em relação aos ajustes da sessão regular da sexta-feira (16) mas em baixa ante as taxas de enceramento da sessão estendida. O noticiário interno segue no foco, depois dos rumores - já negados oficialmente pela Fazenda e pela presidente Dilma Rousseff - de saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, agitarem o fim da sessão na sexta-feira.

Como o rumor envolvendo Levy ganhou força quando os juros já estavam no after market, os ajustes de sexta-feira não captam inteiramente a oscilação. Na comparação com as taxas da sessão estendida, os juros caem nesta segunda, com o alívio do desmentido da demissão do ministro.

Às 9h25, o contrato de depósito interfinanceiro DI para janeiro de 2016 projetava taxa de 14,300%, ante 14,314% na sessão anterior. O DI para janeiro de 2017 apontava 15,400%, de 15,380% O DI para janeiro de 2018 mostrava 15,860%, de 15,780%. E o DI para janeiro de 2021 indicava 15,840%, de 15,760%.

Após rumores de que ele teria entregue uma carta de demissão para a presidente Dilma Rousseff na sexta-feira, no fim de semana o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que a atual política econômica está "errada" e que o ministro deve sair se não quiser promover mudanças. 

Da Suécia, onde está em visita oficial, Dilma reagiu irritada e disse que Levy fica. "Ele (Levy) não está saindo do governo. Ponto. Eu não trato mais desse assunto. Qualquer coisa além disso está ficando especulativo." E acrescentou: "O presidente do PT pode ter a opinião que ele quiser. Mas não é a opinião do governo. Se eu disse que não é a opinião do governo, o ministro Levy fica."

Mesmo assim, para muitos analistas a situação de Levy, constantemente alvejado pelo "fogo amigo", está ficando insustentável. "Dilma não deve ceder às pressões de Lula e do PT para mudar o curso da economia, mas o ministro Levy não deve continuar no cargo além do início de 2016", avalia a consultoria Eurasia Group. "Isso, combinado com o fato de que o Congresso irá focar mais na política de impeachment do que de reformas fiscais, sugere que a crise deve se aprofundar nos próximos dois meses", acrescenta.

Enquanto isso, a pesquisa Focus mostra que as perspectivas de inflação continuam em franco processo de desancoragem. As projeções para 2016 passaram de 6,05% para 6,12%, na 11ª alta consecutiva. E as expectativas com o PIB seguem na direção oposta. Os números para o próximo ano já indicam contração de 1,22%.

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