Negócios

Shell anuncia que comprará a BG e pode ser a principal sócia da Petrobras

Mariana
Mariana
Publicado em 08/04/2015 às 15:00
Leitura:

A Shell será a principal sócia da Petrobras na exploração e no desenvolvimento dos campos do pré-sal, maior foco de investimentos da companhia brasileira. A empresa anglo-holandesa oficializou uma proposta de compra da britânica BG por 47 bilhões de libras (cerca de US$ 70 bilhões), anunciaram as companhias em um comunicado conjunto.

O negócio Shell-BG é a primeira grande aquisição no setor de energia desde o rápido declínio do preço do petróleo, em junho passado.

Já a BG já é a mais importante sócia da Petrobras, com participação minoritária em cinco áreas do pré-sal na bacia de Santos (Lula, Iracema, Sapinhoá, Iara e Lapa).

Em duas delas, as reservas já estão em fase de produção (Lula e Sapinhoá). A BG produziu, em fevereiro, 109 mil barris ao dia -volume que a coloca como a segunda maior produtora do país, atrás apenas da Petrobras (2,046 milhões de barris ao dia), segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

A Shell, por sua vez, é a terceira maior produtora, com extração, em fevereiro, de 43,3 mil barris ao dia.

A empresa britânica atua em uma área chamada Parque das Conchas, que reúne campos do pós-sal (acima da camada de sal que delimita o pré-sal) da bacia de Campos. A empresa é ainda sócia do consórcio vencedor para a exploração do campo de Libra, leiloado no final de 2013.

A companhia britânica tem 20% da reserva, adquirida por R$ 15 bilhões em parceria com a Petrobras (40%), a francesa Total (20%) e as chinesas CNPC (10%) e CNOOC (10%).

POTENCIAL DE PRODUÇÃO - Em comunicado, a companhia afirma que o potencial de produção conjunta com a aquisição da BG passa de 52 mil barris ao dia (volume que inclui a extração da gás) em 2014 para estimados 550 mil barris ao dia após dez anos.

A Petrobras, em seu último plano de negócios, previa a meta de produção de 4,2 milhões de barris ao dia em 2020. Com a crise da empresa e a redução de investimentos, todo o plano está sob revisão e é provável que essa estimativa seja revisada para baixo, segundo analistas do setor.

O negócio entre Shell e BG depende ainda da aprovação de órgãos reguladores do Reino Unido e do Brasil, como a ANP e o Cade.

Mais lidas