Importadores

Argentina cria novas exigências para controlar volume de dólares no país

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 10/02/2015 às 8:23
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O governo argentino criou novas exigências para os importadores, em sua batalha para controlar o volume de dólares à disposição do país.

Sem poder tomar empréstimos no exterior e com exportações mais recentemente em queda -em razão do recuo dos preços das commodities-, a Argentina vem desestimulando as compras no exterior.

Na semana passada, o banco central argentino chegou a proibir a venda de dólares aos importadores, medida que causou estranhamento no setor produtivo.

No fim do ano, o governo havia informado que as reservas do país haviam voltado a superar US$ 30 bilhões, o que é considerado um mínimo psicológico no mercado. Isso sugeria que o governo poderia ser brando nas exigências para as compras externas. Não foi o caso.

Nesta segunda (9), o banco central do país informou que todas as exportações feitas com carta de crédito deverão ser informadas, indicando o prazo, a quantia e a empresa importadora. Até então, apenas as operações acima de US$ 150 mil deveriam obedecer essa exigência.

Segundo o banco central, a medida visa frear "manobras especulativas" de importadores. O BCRA também informou que ampliará "gradualmente" o acesso de importadores ao mercado de câmbio, para que possam pagar as compras já realizadas.

Escritórios que prestam serviços a importadores informaram à reportagem, sob condição de anonimato, que o governo também baixou o limite de pagamento diário para importações, de US$ 150 mil para US$ 100 mil.

Esse teto faz com que os importadores tenham que fracionar o pagamento até chegar à quantia total devida ao fornecedor que venda ao país.

Essa é uma comunicação informal, que chega aos importadores por meio de seus representantes em câmaras e associações, de que os bancos não fornecerão dólares acima dessa ração diária.

Outra informação também tratada informalmente pelos importadores é que se leva menos tempo hoje para se obter uma DJAI (Declaração Juramentada de Autorização de Importação). Mas o pagamento da importação, já autorizada, ficou mais difícil.

"Aos olhos do mundo, querem fazer parecer que estão destravando as importações com as DJAI, mas não permitem que os importadores paguem", disse a fonte.

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