Reajuste

Consumidor já sente impacto do aumento de preços dos combustíveis

Inês Calado
Inês Calado
Publicado em 07/11/2014 às 13:25
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Marcos Batista está preocupado com o aumento de preços dos produtos como consequencia da alta dos combustíveis / Foto: Amanda Duarte / NE10

Marcos Batista está preocupado com o aumento de preços dos produtos como consequencia da alta dos combustíveis Foto: Amanda Duarte / NE10

Começou a ser aplicado à 0h desta sexta-feira (7) o reajuste de preços de venda de combustíveis. O aumento nas refinarias, informado pela Petrobras na quinta-feira (6), foi de 5% no diesel e 3% na gasolina. No Grande Recife, motoristas já começaram a sentir o impacto na renda familiar. Frentistas acreditam que a diminuição do movimentos nos postos foi significativa.

Segundo Taciana Maria Santa Clara, 39 anos, frentista do posto Shell da Rua da Aurora, centro do Recife, o reajuste era o assunto mais comentado desde ontem. Ela notou que o comportamento dos clientes mudou. "Eles estão mais cuidadosos, antes de abastecer já param nas bombas perguntando o preço, quanto custava a gasolina antes e quanto aumentou", afirmou. Ela ressalta que quem mandava completar antes, hoje colocou apenas R$ 50, em média, e completa: "Além de colocar menos, os clientes estão reclamando dos preços altos. O movimento também diminuiu". No posto onde ela trabalha, a gasolina comum aumentou de R$2,68 para R$2,79 e a aditivada foi de R$2,84 para R$2,94.

Ediclécio Trindade mora no Recife, mas está abastecendo em Paulista, onde encontra preços mais baratos

Ediclécio Trindade mora no Recife, mas está abastecendo em Paulista, onde encontra preços mais baratosFoto: Amanda Duarte / NE10

Os consumidores estão preocupados com fatores que contribuem para o aumento do consumo de combustível nos automóveis. O vendedor Jurandir Santos, 67 anos, percorre de 80 a 100 quilômetros por dia e acha que vai ter prejuízo. Ele gasta R$ 900 por mês com gasolina e estima que passará a desembolsar mais de mil reais. "Eu dependo do carro para trabalhar e os congestionamentos aumentam o gasto de gasolina. Agora eu estou evitando me deslocar para não gastar demais", afirma.

Alguns postos de rede estão comprando grande quantidade de combustíveis para barganhar preços menores. Carlos Alberto Bezerra, gerente do posto Petromega, que compra os combustíveis da Shell, diz que o estabelecimento e outras 12 unidades permaneceram durante um mês com o preço da gasolina estável por causa das negociações. Mesmo após o reajuste, a gasolina comum continua sendo vendida por R$ 2,69, a aditivada por R$ 2,89 e o diesel por R$ 2,47. Bezerra declara que o aumento só será efetivado após uma pesquisa nos postos concorrentes.

Pesquisar também foi um meio adotado pelos motoristas para driblar o reajuste. Ediclécio Trindade, motorista há sete anos, mora na capital, mas está abastecendo nos postos de Paulista, município da Região Metropolitana, para economizar. Ele ressalta que está receoso com os aumentos, que vão pesar no final do mês. O contador Marcos Batista compartilha da mesma preocupação. "Acho que toda a população vai sofrer com o efeito cascata. O aumento da gasolina acarreta o aumento de frete. O deslocamento de produtos da agroindústria é feito através de caminhão movido a diesel, então se o combustível está caro, o preço dos produtos vai aumentar e vai sobrar pra o bolso da gente", ressalta.

Antes do aumento, com o preço da gasolina a R$ 2,69, o consumidor gastava cerca de R$ 134 para encher um tanque de 50 litros. Agora, é preciso desembolsar R$ 139 para ter o tanque cheio, considerando um carro popular.

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