Corpo celeste com 13 bilhões de anos foi descoberto por equipe da USP Foto: Divulgação
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Professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), Jorge Meléndez liderou a observação da estrela. Espécie de “arqueólogo galáctico”, ele calcula que a 2MASS tem cerca de 13 bilhões de anos, ou seja, é 8,5 bilhões de anos mais velha que a Terra e 8,6 bilhões de anos mais idosa que nosso Sol.
"A temperatura dessa estrela é de cerca de 5,1 mil graus Celsius. É muito fria, já destruiu parte do seu lítio original, aquele formado no começo do Universo", avalia Meléndez, cuja equipe utilizou o Telescópio VLT, no Chile, para fazer a descoberta. "Nossa maior conquista foi descobrir uma estrela UMP tão brilhante. A única que se conhecia até agora com esta característica foi vista há mais de 30 anos por cientistas australianos".
A identificação das estrelas ultra pobres é uma das áreas mais promissoras da astronomia. Com a evolução do Universo, os metais formaram-se com fusões nos núcleos das estrelas, e estes elementos pesados expandiram-se formando corpos celestes cada vez mais ricos.
Meléndez, que se dedica à caça de estrelas ultra pobres desde 2013, monitora cerca de 2 mil corpos celestes que podem se encaixar no quesito.
"Se encontrarmos uma estrela 10% mais quente do que a 2MASS, é possível que ela tenha preservado a pequena quantidade de lítio de sua origem, e aí teremos informações diretas sobre o Big Bang (explosão que teria dado origem ao Universo)", explica. "Infelizmente, a observação dessas estrelas é dificultada pela infraestrutura. Hoje, os telescópios têm no máximo oito metros. Para um estudo detalhado, precisamos de um com mais de 20 metros. Já existem projetos em andamento, mas sem previsão de conclusão até 2025".